historia-policial1Kertész

15/04/20104 — Está chegando às livrarias de todo o Brasil o livro História Policial, do escritor húngaro Imre Kertész. Escrita em 1977, a ação se passa num país não identificado da América Latina, onde regimes autoritários eram comuns. O protagonista Antônio R. Martens é um policial que atuou como torturador. Derrubada a ditadura, ele escreve, na prisão, as memórias dos anos em que atuou na repressão política. Como seu contraponto, aparecem trechos do diário de Enrique Salinas, jovem idealista que havia sido torturado. O escritor tem amplo conhecimento do tema, pois sobreviveu a dois campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Libertado, viveu sob a opressão comunista em seu país natal. 

imre-kertesz in1IMRE KERTÉSZ nasceu no dia 9 de novembro de 1929 e  morreu no dia 31 de  março de 1916, na cidade de Budapeste, Hungria. De ascendência judaica, foi deportado em 1944 para Auschwitz e de lá para Buchenwald, onde foi libertado em 1945. Em seu retorno à Hungria, trabalhou para um jornal de Budapeste, mas foi demitido em 1951, quando a comissão aprovou a linha do partido comunista. Depois de dois anos de serviço militar, ele começou a apoiar a si mesmo como um escritor independente e como tradutor autores alemães como Nietzsche, Hofmannsthal, Schnitzler, Freud, Roth, Wittgenstein e Canetti , que tiveram uma influência significativa sobre a sua própria escrita.

sem-destino c1Prêmio Nobel de Literatura em 2002. Em 2003, foi publicada no Brasil a sua obra mais importante: Sem Destino. Publicado originariamente em 1975, o livro conta a história de György Köves, que acaba de ter o pai convocado para servir o exército em “trabalhos forçados”. Responsável pelo sustento da família, consegue emprego numa refinaria. Com isso, consegue um passe que lhe permite circular com liberdade por Budapeste. Dois meses depois, no ônibus a caminho do trabalho, é preso com os colegas numa batida policial.

Após dias detidos numa fábrica, iniciam um périplo pelos campos de concentração de Auschwitz, Buchenwalt e Zeitz. O livro relata o dia-a-dia desses campos. O adolescente descobre aos poucos que os prisioneiros não estão ali por crimes cometidos. Ao mesmo tempo em que projeta seu destino, o rapaz vê na prisão uma oportunidade de se livrar dos laços familiares, da angústia de substituir o papel do pai e da indecisão entre viver com a mãe e a madrasta. Assim, a detenção é uma forma de liberdade. O livro foi adaptado para o cinema em 2005. Outros romances do escritor publicados no Brasil: A Língua Exilada (2004), Liquidação (2005), A Bandeira Inglesa (2008) e Eu, Um Outro (2008).


 

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