GÜNTER WILHELM GRASS nasceu no dia 16 de outubro de 1927, na cidade de Danzig, Alemanha. Morreu no dia 13 de abril de 2015, na cidade de Lubeck. Aos dezessete anos, foi convocado para servir nas forças armadas da Alemanha Nazista, mais especialmente nas Waffen-SS. Ferido na guerra (1945), foi preso em Marienbad, então Tchecoslováquia, e libertado no ano seguinte. Depois, trabalhou em minas e fazendas. Estudou desenho e escultura na Academia de Arte de Düsseldorf no final da década e frequentou a Academia de Artes de Berlim de 1953 a 1955. Já escrevia poemas, lidos para um grupo de escritores influentes, o grupo 47.
Mas só depois de se mudar para Paris, em 1956, que passou a se dedicar à literatura e publicou seu primeiro êxito como escritor, o romance de crítica O Tambor, em 1956. De ideais políticos de esquerda, participou de forma ativa da vida pública de seu país e provocou polêmica em torno de sua produção. Renovou a literatura alemã do pós-guerra por meio de textos de ironia, especialmente satirizando a complacente atmosfera do milagre econômico da reconstrução pós-nazista. Entre essas obras de produção mais recente está Unkenrufe (1992), traduzido no Brasil como Maus Presságios. Com uma obra que contesta, desde o início, as ideias nazistas que o atraíram na juventude, hoje é considerado o porta-voz literário da geração alemã que cresceu durante o nazismo.
Descreve a si mesmo como um Spätaufklärer, um devoto da iluminação em uma era cansada da razão. Chocou o mundo em 2011 com a declaração feita no livro Nas Peles da Cebola, de caráter autobiográfico, de sua participação como membro das Waffen-SS (tropa de elite do exército nazista). Ao ser indagado quanto à demora da revelação, declarou que acreditava que sua obra como escritor e cidadão era suficiente. Ele acrescentou que sempre sentiu vontade de escrever sobre suas experiências, mas num contexto adequado. Pelo conjunto da obra, foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1999. Em 2013, a Editora Record lançou no Brasil a obra A Caixa. Segundo o crítico Antônio Gonçalves Filho, do jornal O Estado de S. Paulo, o livro é o que alemães chamam de Vergangenheitsbewältigung, palavrão usado para designar um acerto de contas, uma reconciliação com o passado.