Alcione
ALCIONE DIAS NAZATETH nasceu no dia 21 de novembro de 1947, na cidade de São Luiz, Maranhão. Sua primeira apresentação profissional foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Certa noite, o vocalista da orquestra ficou rouco e foi substituído pela menina. Na ocasião, cantou com sucesso a música Pombinha Branca e o fado Ai, Mouraria. Formou-se professora primária na Escola Normal. Lecionou por dois anos e continuou a se dedicar à música, tendo se apresentado na TV do Maranhão. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar na TV Excelsior. Começou cantando na noite, levada pelo cantor Everardo.
Ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana. Cantou também em boates como Barroco, Bacarat, Holiday e Bolero. Destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. Nessa mesma época, assinou o primeiro contrato profissional com a TV Excelsior, apresentando-se no programa Sendas do Sucesso. Depois de seis meses na emissora, realizou turnê por quatro meses pela América Latina. Após ter feito excursão por países da América do Sul, morou na Europa por dois anos.
Voltou ao Brasil em 1972 e três anos depois ganhou o primeiro disco de ouro através do primeiro LP, A Voz do Samba (1975). A canção Não Deixe O Samba Morrer, quando começou a ser executada nas rádios do país, permaneceu 22 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso. Considerada um dos orgulhos do Maranhão, recebeu várias homenagens não apenas na sua terra natal, mas também em diversas partes do Brasil. Em São Luiz, virou nome de um importante teatro, localizado no centro histórico e de um importante viaduto que liga os bairros de Ipase e Vila Palmeira, inaugurado em 2003. Ainda em sua terra natal foi homenageada pela Escola de Samba Turma do Quinto.
No Rio de Janeiro, foi, em 1994, tema de samba-enredo da Escola de Samba Unidos da Ponte, com o enredo Marrom — Da Cor do Samba. Em 2009, foi homenageada pela Escola de Samba Juventude Imperial de Juiz de Fora, Minas Gerais. Ganhou vários prêmios importantes da Música Popular Brasileira. Das onze edições do Prêmio Sharp de Música, ganhou nove. Internacionalmente, foi homenageada com o prêmio O Pensador de Marfim, concedido pelo governo de Angola; foi eleita a Personalidade Negra das Artes pelo Conselho Internacional de Mulheres e recebeu o título de A Voz da América Latina, concedido pela ONU. Além disso, ao longo de sua carreira atingiu marcas de vendas que lhe garantiram vários discos de ouro e de platina. Em 2003, foi agraciada com Grammy Latino na categoria de melhor álbum de samba Em 2010, foi lançada a coletânea Sabiá Marrom. Em 2017 foi uma das convidadas da duploa Chitãozinho & Xororó para cantar no DVD “Elas Em Evidência”.
