26 de maio de 2012
De tão desafiadora, a premissa de Homens de Preto 3, para Will Smith, beirava a estupidez. Retomar uma franquia após dez anos era muito arriscado, mas alterar justamente o melhor da fórmula – a relação azeitada de um divertido Smith e um lacônico e glacial Tommy Lee Jones, substituindo esse ator, beirava o suicídio.
“Fomos muito agressivos. Nós dois tínhamos um ritmo e uma sintonia. Era como quando você tem uma nova namorada, e precisa começar do zero com ela”, disse Smith, em entrevista coletiva. Felizmente para o ator (e para o público), mais do que aliens melequentos criados por computação primorosa e efeitos vertiginosos do 3D, a química com Josh Brolin, que entra em cena como o agente K (Jones) mais jovem, é o grande trunfo do produto temporão da franquia.
Mas é preciso embarcar no nonsense que se derrama sobre a trama para não sentir a náusea da viagem. Um perigoso alien, Boris, um motoqueiro com cara de mau e qualidade de monstro, escapa de uma prisão extraplanetária e acaba com o agente K, ainda Tommy Lee Jones. A missão do agente J, Will Smith, é voltar no tempo, mudar o curso dos acontecimentos e, assim, salvar a vida do amigo, evitando que, no futuro, ele seja assassinado. Um plano ousado. Seu fracasso leva, também, a uma invasão alienígena, que destruirá o planeta. Uma das melhores piadas é simplesmente ver Josh Brolin, aos 44 anos, caracterizado como o agente K, com seus 29 anos. O ano é 1969 e o conflito de tecnologias rende momentos engraçados, como os instrumentos de trabalho dos Homens de Preto: o famoso neutralizador, aparelhinho usado para apagar a memória dos terráqueos quando eles presenciam algum incidente alien, é um trambolhão que parece uma máquina de ressonância magnética.
A caracterização de Brolin, impressionante, funciona: a feição travada, o constante quase sorriso e o sotaque de Tommy Lee Jones estão lá. Mas quando recebeu o convite do diretor Barry Sonnenfeld (que também dirigiu os dois primeiros longas), o ator levou tempo a se convencer. “Eu fiquei com muito medo. A chance de eu ficar parecendo uma imitação ruim do Tommy era grande. Era como se me dessem uma guitarra desafinada. Você não quer tocar aquilo, não quer ouvir aquele som. Mas insiste, até pegar o jeito”, diz o ator. E para pegar o jeito, ele se enfiou num quarto de hotel, sem celular, munido de um laptop e os antigos MIBs. “Aquele sotaque interiorano do Tommy é absurdo. Não se parece com nada no mundo. Foi um longo processo”, afirmou o ator à imprensa internacional.
Ficha Técnica
TÍTULO ORIGINAL: Men in Black III
NACIONALIDADE: Americana
DURAÇÃO: 103 minutos
ESTREIA NOS ESTADOS UNIDOS: 24 de maio de 2012
ESTREIA NO BRASIL: 24 de maio de 2012
DIREÇÃO: Barry Sonnenfeld (foto)
ROTEIRO: Lowell Cunningham e David Koepp
PRODUÇÃO: Laurie MacDonald e Walter F. Parkes
PRODUÇÃO EXECUTIVA: G. Mac Brown e Steven Spielberg
MÚSICA ORIGINAL: Danny Elfman
FOTOGRAFIA: Bill Pope
MONTAGEM: Wayne Wahrman e Don Zimmerman
ESCALAÇÃO DE ELENCO: Ellen Chenoweth
DIREÇÃO DE ARTE: Bo Welch
CENÁRIOS: Susan Bode
FIGURINOS: Mary E. Vo
Elenco
WILL SMITH — Agente J
TOMMY LEE JONES — Agente K
JOSH BROLIN — Agente K jovem
JEMAINE CLEMENT — Boris, o animal
EMMA THOMPSON — Agente O
MICHAL STUHLBARG — Griffin
MIKE COLTER — Coronel
NICOLE SCHERZINGER — Namorada de Boris (foto)
MICHAEL CHERNUS — Jeffreyn Price
ALICE EVE — Agente O jovem
DAVID RASHE — Agente X
KEONE YOUNG — Mr. Wu
BILL HADER — AndyWarhol