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As patas dianteiras recolhidas às dianteiras em sinal de exaustão extrema, o corpo todo tremendo, o potro Joey está pronto para desistir: o arado é pesado demais e o terreno, seco e pedregoso, resiste a todos os seus esforços. Para o menino Albert e para seu pai e sua mãe será a calamidade final.
Aquele pequeno campo, no qual eles pretendem plantar nabos, é tudo que os separa da falência, da perda da fazenda, da venda de Joey, pelo qual foi paga uma fortuna porque o pai se encantou com o puro sangue, que, evidentemente, não nasceu para o trabalho pesado. Mas então começa a chover: Joey, instigado por Albert, dá mais uma arrancada — e o arado, enfim, revolve a terra.
Esse é o ponto de partida para a nova fantasia do diretor Steven Spielberg. O filme é baseado no livro infantil do inglês Michael Morpurgo, cuja adaptação teatral chamou a atenção da produtora Kathleen Kennedy. Do ponto de vista dramático, segundo a crítica Isabela Boscov, de Veja, Joey é um curinga eximiamente concebido: na primeira parte da história, é um emblema da dureza da vida no campo do pré-guerra, em que o século XIX ainda não havia cedido lugar ao século XX.Vendido para um capitão inglês, em mais uma tentativa de salvar a fazenda, ele ilustrará como os antigos ideais de bravura da cavalaria seriam aniquilados com a chegada abrupta do século XX mecanizado, pragmático e tecnológico que a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) iniciou à força.
Em uma cena dramática, o regimento inteiro galopa para o que acredita ser uma vitória indiscutível, mas na verdade se revelará seu massacre: à espera dos cavalos e cavaleiros, oculta na floresta, está uma linha de metralhadoras alemãs. Joey é então alocado na caravana de carga alemã, puxando ambulâncias. Viverá um breve interlúdio de paz numa fazenda francesa, onde moram uma menina e seu avô. Finalmente, cairá em cheio no horror das trincheiras. Embora não possua intelecto, partilhará com os soldados enterrados na lama, sob o fogo constante, sua perflexidade: como é que o homem pode criar tal inferno. Trata-se, evidentemente, de mais uma parábola do mago Steven Spielberg.
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