JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO nasceu no dia 15 de janeiro de 1918, na cidade do Rio de Janeiro. Morreu na mesma cidade no dia 24 de dezembro de 1999, vítima de insuficiência renal e cardíaca. Filho de Euclides Figueiredo, militar e ex-deputado da União Democrática Nacional (UDN), membro da Assembleia Nacional Constituinte de 1946.
Foi o primeiro da turma de 1937, na Escola Militar do Realengo, situada no Rio de Janeiro. Na formatura, recebeu o espadim das mãos do próprio presidente Getúlio Vargas, de quem seu pai era opositor ferrenho desde 1930. Quando da deposição do presidente Washington Luiz pela Revolução de 1930, o pai lutou ao do presidente deposto, chegando a ser preso pelo novo governo. Participou do golpe militar de 1964. Após a vitória, passou a chefiar a secção fluminense (Rio de Janeiro) do então recém-criado Serviço Nacional de Informações (SNI).
Promovido a general, em 1969 passou a chefiar o Gabinete Militar do governo do presidente Emílio Garrastazu Médici. Em 1974, assumiu a chefia geral do SNI em Brasília. Foi promovido a general-de-exército, para ser eleito indiretamente pelo Congresso Nacional para a Presidência da República em 1978. Assumiu a presidência em março de 1979 e foi o último presidente do regime militar. Seu governo marcou o início da transição para a democracia, que ele havia anunciado já no discurso de posse. Em decorrência do aumento crescente da oposição civil ao governo militar, acelerou a abertura política ao sancionar a Lei da Anistia e ao restaurar o pluripartidarismo em 1979.
Em 1980, recorreu ao Exército para encerrar uma greve de 41 dias dos metalúrgicos da região do ABC Paulista. Sofreu um infarto em 1981 e teve que tratar-se nos Estados Unidos. Marcaram sua passagem pela presidência a explosão de duas bombas por militares num automóvel no Riocentro, os escândalos econômicos envolvendo o grupo Coroa Brastel (1981) e a empresa Delfim (1982), além de problemas como o crescimento da inflação e da dívida externa. Não obstante isso, foi o presidente militar que garantiu a redemocratização do país, iniciada efetivamente com a eleição de Tancredo Neves para a presidência na sessão histórica do Congresso Nacional, em 15 de janeiro de 1985. Com a morte do presidente eleito, recusou-se a passar a faixa presidencial ao vice-presidente José Sarney.