Cândido Aragão
CÂNDIDO DA COSTA ARAGÃO nasceu no dia 4 de setembro de 1907, na cidade de João Pessoa, Paraíba. Morreu no dia 11 de novembro de 1998, na cidade do Rio de Janeiro.
Era filho de Manuel Virgílio Aragão e de Maria da Costa Aragão. Depois de fazer alguns cursos e exercer alguns comandos chegou a capitão-tenente em 1938. Em 1944, era comandante militar da Ilha de Trindade e, em 1948, cursou a Escola de Guerra Naval. Devido a problemas disciplinares, foi reformado no posto de capitão-de-corveta em outubro de 1949. Permaneceu afastado da carreira militar até abril de 1955, quando retornou ao serviço ativo. Promovido a vice-almirante em 1963, naquele mesmo ano assumiu o comando geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Nesse cargo, teve destacada atuação nos acontecimentos que precederam a queda do presidente João Goulart, em 1964.
Pouco dias antes da queda do presidente, foi preso e afastado do comando do Corpo de Fuzileiros Navais por ter participado de um ato político realizado pelos marinheiros na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. Seu discurso foi considerado pelo Ministério da Marinha como transgressão disciplinar. No mesmo dia, o presidente João Goulart interferiu na crise, o que levou o ministro, almirante Sílvio Mota, a se demitir. O novo ministro, almirante Paulo Mário Rodrigues, o reconduziu ao comando, tendo sido recebido com festa pelos marinheiros. Participou, após, da festa promovida pela Associação dos Sargentos e Suboficiais da Polícia Militar na sede do Automóvel Clube do Rio de Janeiro, evento considerado o estopim para o golpe militar que viria a seguir.
Com a deposição do presidente João Goulart, em 31 de março de 1964, foi novamente preso, permanecendo por quatro meses incomunicável na Fortaleza de Lages. Devido aos maus-tratos que recebeu na prisão, ficou cego de um olho. Em abril de 1964, foi transferido para a reserva pelo Ato Institucional n.º 1 e teve os seus direitos políticos suspensos por dez anos. Em agosto, foi libertado da prisão por um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal Militar. Em seguida, exilou-se no Uruguai. Durante os quinze anos de exílio, viveu em diversos países. Regressou ao Brasil em outubro de 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, foi preso pelo exército e permaneceu detido por quaretna e nove dias. Citado em diversos processos judiciais, foi absolvido de todas as acusações em 1981.