Aba

ABA — Termo correntemente usado para designar a parte pendente de certas vestes, com destaque para o chapéu. Como bem assinalou o folclorista Melo Morais Filho no livro “Festas e Tradições Populares do Brasil”: “... chapéu de feltro de copa afunilada e abas largas...” Mas há outras diversas aplicações. Indica por exemplo a parte complementar de certos móveis, um lugar contíguo junto à outro, a costa que limita um mar, rio, lago, etc. Também pode significar a base de um montanha. Como disse o poeta fluminense Bernardino Lopes no livro “Val de Lírios”: “Olhe a casinha na aba do morro...

Na gastronomia, ABA é a costela inferior do boi, também conhecida como costela ponta de agulha ou costela minga. Chamada de capa do bife, tem ossos mais finos e bastante cartilagem entremeada com gordura. Na arquitetura são vários os usos. Aqui pode ser uma peça de madeira utilizada no arremate da junção entre o teto e a parede. Também pode ser uma peça que guarnece os longos dos caibros nos telhados de beiral, o prolongamento de telhado além da prumada da parede e a varanda em sacada que corre ao longo da cimalha de um prédio (aba corrida). Na bibliografia, ABA é a “orelha” de um livro. Entre os árabes, é um manto de lã. Nas igrejas orientais significa “pai” no sentido espiritual.

Referência

meloALEXANDRE JOSÉ DE MELO MORAIS FILHO, médico, folclorista, etnógrafo, poeta, prosador e historiógrafo baiano. Nasceu no dia 23 de fevereiro de 1844 na cidade de Salvador. Morreu no dia 1.º de abril de 1919 na cidade do Rio de Janeiro. Escreveu diversas obras. Na área do folclore são catorze, com destaque para o “Festas e Tradições Populares do Brasil”, livro lançado em 1901. Na poesia são oito livros, com destaque para o “Mito de Tupã” de 1888, no qual discorre sobre o principal personagem na mitologia indígena. Também escreveu cinco biografias e seis antologias.


 

 

 



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