ACAUÃ — Ave falconiforme da família dos falconídeos, cujo nome científico é “erpetotheres cachinnans”. Ocorre do Panamá na América Central à Argentina na América do Sul. Tem coloração pardacenta mais escura no dorso e na cauda. Esta da cauda apresenta ainda faixas claras transversais. O lado interior é branco. Uma mancha clara circunda o pescoço. Uma faixa negra envolve os olhos, prolongando-se até a nuca. O alto da cabeça é branco. O povo de modo geral considera o canto da acauã de mau agouro e prenunciador de chuvas.
No folclore amazonense, o canto do acauã prenuncia a chegada de forasteiros. Na Região do Espinhaço em Minas Gerais prenuncia a morte de um conhecido. No Nordeste, acredita-se que a ave pode anunciar um período de seca. Escreveu o poeta maranhense Gonçalves Dias no livro “Obras Poéticas”: “Tristonhos pios a acauã desata quando ao guerreiro prognostica males”. Ou como disse o romancista paraense Raimundo Morais na obra “País das Pedras Verdes”: “Outro gavião, o acauã, meio água e meio bruxo, devorando cobra como um gênio tutelar do homem, mas no mesmo passo obrigando por um pio expressivo certos sujeitos a exclamarem: acauã! acauã!”.
Referência
FALCONIFORMES — É uma ordem de sessenta e cinco espécies. A ordem caracteriza-se por adaptar-se à predação. Tem bico curvo e aguçado e garras afiadas. Também apresenta uma estrutura no bico (dente tomial) que utilizam para quebrar o pescoço da presa. Enquanto animais diurnos, essas aves têm normalmente o sentido da visão bastante apurado. Em muitos vertebrados, os músculos que agem sobre o cristalino dos olhos são lisos. As aves de rapina possuem essa musculatura estriada. Essa característica pode ser considerada uma importante adaptação. Os falconídeos botam de dois a quatro ovos. Possuem grande expectativa de vida: cinquenta anos.