Afecção
AFECÇÃO — Na patologia é o processo mórbido processo mórbido ou estado de doença que afeta um órgão ou tecido, causando alteração em suas funções ou lesões físicas. São as manifestações clínicas de uma doença, independentemente da sua causa original. É sinal de uma doença. Indica que algo não está funcionando corretamente no corpo. Pode ser uma inflamação, uma dor, uma lesão ou qualquer outra alteração que indique que existe um problema de saúde. Não é a doença em si, mas sim a expressão dela. A causa da afecção pode ser uma infecção, uma lesão, um distúrbio genético, etc.
Dicionário
das patologias
ABULIA — Substantivo feminino derivado do grego “aboulía”. Na medicina é a alteração patológica caracterizada pela diminuição ou supressão da vontade. ABÚLICO — Adjetivo e substantivo masculino. Aquele que sofre de abulía, que não tem ou quase não tem vontade. Como bem escreveu o neurologista pernambucano no livro “Obras Completas”: “Os doentes da vontade, chamados abúlicos, são frequentemente surpreendidos por crises de torpor, de inércia, que só podem ser vencidas à custa de energias supremas ou por ordem imperiosa de outrem”.
ACALCULIA — Substantivo feminino. Nas patologias, é a incapacidade da pessoa em realizar cálculos aritméticos por mais simples que eles sejam, como por exemplo as contagens básicas da adição, subtração, multiplicação e divisão. Essa patologia é causada por distúrbios cerebrais no giro angular esquerdo, a área envolvida em processos relacionados à linguagem, aos números, à cognição espacial e ao resgate de memórias. As origens são diversas, com destaque para o acidente vascular cerebral e o traumatismo craniano.
ACANTÓLISE — Substantivo feminino. Na patologia é a atrofia e o desprendimento da camada espinhosa da pele. O termo é usado em laudos de biopsia de pele, quando ocorre a formação de uma fenda na epiderme, buraco preenchido por uma coleção líquida. È comum em patologias como o pênfigo ou a ceratose folicular. No pênfigo vulgar, ocorre na camada basal, podendo acometer a pele e as mucosas.
ACORIA — Na patologia é a perda da sensação de saciedade. Isso leva o paciente a comer exageradamente apesar de nem sempre ter apetite exacerbado. Na oftalmologia designa a falta congênita ou adquirida de pupilas. Pacientes com esse mal podem ser operados por meio de uma técnica cirúrgica nova. Por essa técnica, faz-se uma incisão esclero-corneana através de uma iridotomia periférica, trabalhando atrás da íris (pupiloplastia retroiridiana). Aí é criada uma nova pupila com uma vitrectomia de câmara anterior. A intervenção é considerada simples e de rápida recuperação.
ACRODINIA — É a dor nas mãos e nos pés. É uma doença própria da infância. Apresenta fenômenos circulatórios hipertensão arterial (taquicardia) e neurológicos (hipomotilidade, apatia, fotofobia). Embora as causas sejam desconhecidas, acredita-se que seja decorrente de uma infecção viral. De acordo com a literatura médica, o tratamento é individualizado e depende da gravidade dos sintomas. Na veterinária, a acrodinia é a afecção observada em ratos. É doença causada por deficiência de piridoxina. É caracterizada por tumefação e vermelhidão das pontas das orelhas, do nariz e das patas. Essa situação provoca necrose.
ACROMATOPSIA — Na medicina, é incapacidade para a discriminação de cores. Conserva-se apenas a percepção do branco e do preto. É doença ocular hereditária, conhecida popularmente como “cegueira diurna”. Os sintomas são sensibilidade à luz, baixa acuidade visual, visão turva, movimento rápido dos olhos e dificuldade de distinguir objetos e pessoas. No tratamento, recomenda-se o uso de óculos com lentes coloridas para filtrar o tipo de luz que é desconfortável, lentes de contato para melhorar a acuidade visual e terapia genética para restaurar a função das células-cone.
ACROMEGALIA — Na medicina, é a condição mórbida caracterizada pelo desenvolvimento excessivo das extremidades do corpo: mãos, pés, nariz e queixo). É uma doença da fase adulta. Ela se deve à excessiva secreção do hormônio do crescimento. Entre os sintomas estão o engrossamento das costelas, o espessamento da cartilagem da laringe, o aumento da língua, a pele áspera, a transpiração excessiva e o cheiro corporal desagradável. De acordo com a literatura médica, o tratamento envolve cirurgia para a remoção do tumor que acomete a hipófise. A doença foi descoberta pelos médicos franceses Jean-Martin Charcot, Pierre Marie e Howard Henry Tooth. Eles a descreveram pela primeira vez em 1886.
ACROMIA — Na medicina, é a ausência ou diminuição de pigmentos ou melanina em qualquer região do corpo. Desse mal resulta manchas brancas na pele. De acordo com a literatura médica, a acromia aparece geralmente depois dos quarenta anos. O tratamento pode incluir terapias tópicas, laser, luz pulsada e micro-agulhamento. Os cuidados rotineiros incluem a abstenção à luz solar excessiva, uso de protetor solar, chapéu e óculos se essa exposição for inevitável.
ADEM — Trata-se de um acrônimo de origem inglesa (Acute Disseminated Encephalomyelitis), cujo significado em português é “Encefaliomielite Aguda Disseminada”. É uma doença que danifica a mielina, a substância que reveste os nervos. Os principais sintomas são cefaleia, febre e vômitos. As causas não são claras. Acomete principalmente crianças.
ACTINOMICOSE — Doença crônica supurativa, granulomatosa, produzida por actinomicetes. Pode acometer humanos e animais, especialmente os bovinos. Afeta o sistema nervoso central, os ossos, os pulmões, os intestinos e outros órgãos. É causada pela bactéria anaeróbica Actinomyces israelii, normalmente encontrada na boca, nas amígdalas e nas mucosas do intestino e da vagina. Entre os sintomas está o mal-estar geral, febre e perda de peso. De acordo com a literatura médica, o tratamento indica o uso de penicilina G intravenosa ou ampicilina em altas dosagens, altas doses de penicilina oral, amoxicilina, eritromicina, clindamicina, minociclina ou tetraciclina e drenagem cirúrgica.
ADENIA — Designação comum a algumas doenças dos gânglios linfáticos. Por extensão, afecção crônica dos citados gânglios. Os gânglios linfáticos, também conhecidos como linfonodos ou ínguas, são pequenos órgãos que fazem parte do sistema linfático. Esse sistema é uma parte vital do sistema imunológico. Ele inclui órgãos como o timo, a medula óssea, o baço, as amígdalas, o apêndice e as Placas de Peyer no intestino delgado. Produzem e processam glóbulos brancos especializados que combatem a infecção e o câncer.
ADINAMIA — Estado de prostração física ou moral. Debilidade geral. Falta de forças. Como escreveu o autor fluminense Euclides da Cunha “Os Sertões”: “Imóveis largo tempo, um em frente ao outro, parecendo refletir adinamia do mesmo esgotamento”. Na patologia é a ausência ou perda do tom de voz normal, observada sobretudo no curso de doenças infecciosas prolongadas. O tratamento depende da causa. Assim recomendam-se terapias para combater a doença-base e medicamentos antidepressivos prescritos por médico psiquiatra.
AEROFAGIA — Na patologia é a deglutição exagerada de ar, condição resultante da ingestão apressada de alimentos ou própria de certos estados ansiosos. O principal sintoma é a eructação, conhecida popularmente como arroto, acompanhada de dispepsia (desconforto digestivo), palpitação e até enfartamento. O tratamento da aerofagia envolve principalmente a mudança de hábitos do indivíduo na hora de comer. Mas também há certos medicamentos que reduzem a quantidade de ar no intestino.
AFANIA — Na medicina é o medo mórbido de perder a capacidade sexual. O mesmo que afanise. Em psicanálise, o mal é entendido como a extinção ou desvanecimento do desejo. Ou seja, a incapacidade de satisfazer desejos sexuais, tanto diretos quanto indiretos. É uma sensação de perda, de aniquilação da capacidade de gozo. O mal relaciona-se com experiências de uma falta ou vazio no sujeito. O termo “afânise” foi usado primeiramente pelo Ernest Jones, um psicanalista galês. Ele utilizou o termo para descrever o medo da extinção permanente da capacidade de prazer sexual, especialmente no contexto da sexualidade feminina.
AFASIA — Na patologia é a perda do poder de expressão da fala, pela escrita ou pela sinalização. Ou ainda a perda da capacidade de compreensão da palavra escrita ou falada, em decorrência de lesão cerebral, e sem alteração dos órgãos vocais. É geralmente causada por danos nas áreas do cérebro que controlam a linguagem, sendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) a causa mais comum. Outras causas incluem traumatismos crânio-encefálicos, tumores cerebrais, infecções cerebrais e doenças neuro-degenerativas. De acordo com a literatura médica, o tratamento é realizado principalmente através de terapia fonoaudiológica.