Claude-Henri de Rouvroy nasceu no dia 17 de outubro de 1760 e morreu o dia 19 de maio de 1825, na cidade de Paris, França. Filho de nobres, desde cedo foi orientado para ingressar como oficial no exército francês. Participou da força expedicionária enviada por seu país para auxiliar os norte-americanos na Guerra da Independência (1776-1782). Quando esta terminou, preocupado em realizar “um trabalho científico útil à humanidade”, propôs ao vice-rei do México a construção de um canal ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Em 1783, fez outros projetos de canais para a Holanda e a Espanha.
Com o advento da Revolução Francesa, declarou-se revolucionário, renunciou ao título de conde e passou a frequentar clubes populares e jacobinos, com o nome “regenerado” de Claude Bonhomme. Mesmo assim, durante o terror instaurado com a ascensão de Maximilien Robespierre, esteve preso por nove meses. Depois dessa experiência, dedicou-se à especulação, com a venda de bens do clero e dos emigrados, confiscados pelo governo. Ficou muito rico e viveu em grande fausto durante a fase do Diretório (1795/1799). Sua riqueza seria abalada no período compreendido entre 1805 e 1815. Malvisto pelo governo, sua fortuna se esgotou rapidamente. Teve de ganhar a vida como simples copista numa loja de penhores.
Mas com a queda de Napoleão Bonaparte, sua situação voltou a melhorar. Empregou como secretário o futuro historiador Augustin Thierry, que foi substituído pelo futuro filósofo Auguste Comte. De acordo com os historiadores, sempre revelou traços de desequilíbrio mental. Assim é explicado o fato de, em 1823, ter tentado o suicídio. Só perdeu um olho na tentativa, porém. Dois anos depois, viria a falecer, deixando, entre suas principais obras: Carta de Um Habitante de Genebra a Seus Contemporâneos (1803), Da Reorganização da Sociedade Europeia (1814), Do Sistema Industrial (1820/1821), Catecismo dos Industriais (1823/1824) e O Novo Cristianismo (1825).
Os historiadores salientam que foi ele e não Comte o primeiro a propor a inclusão das ciências sociais entre as ciências positivas. Teria sido também o primeiro a afirmar que as sociedades humanas são realidades originais, “diversas das que encontramos na natureza, mas sujeitas ao mesmo determinismo”. Suas ideias foram desenvolvidas por seus discípulos como Thierry, Comte, Prosper Enfantin e Saint Amand Bazard, que deram forma definitiva a sua obra, propagando-a em conferências e divulgando-a em jornais. O seu pensamento e o de seus seguidores pode ser caracterizado como um socialismo que se endereçava à elite intelectual da época e não à massa operária. Por isso, a burguesia tomou dele apenas as ideias que correspondiam à consolidação de poder: o gosto por grandes empresas e negócios.