JACQUES-BENIGNE BOSSUET nasceu no dia 27 de setembro de 1627, na cidade de Dijon, Borgonha, França. Morreu no dia 12 de abril de 1704, na cidade de Paris.
Além de filósofo, foi religioso e político. Tonsurado (corte de cabelo com um círculo raspado no alto posterior do crânio) aos 10 anos, foi aluno dos jesuítas em sua cidade natal. Depois continuou seus estudos em Paris. Durante o período de 1642-1652, estudou filosofia e teologia, distinguindo-se na oratória. Nessa condição, obteve permissão para presenciar a encenação das tragédias de Pierre Corneille, com as quais pôde obter a arte da declamação. Completando sua formação religiosa, foi ordenado padre. Fixou-se, então, na localidade de Met, onde recebeu nomeação para um cargo eclesiástico.
Em 1659 voltou para Paris, onde ganharia grande reputação por seus sermões panegíricos de santos e orações fúnebres de membros da alta nobreza. Dez anos depois, o rei Luís XIV o nomeou bispo de Condom. A oração fúnebre de uma jovem rainha lhe valeu a proteção do rei francês, que o empregou como preceptor do delfim. Membro da Academia Francesa desde 1671, finalizou a educação do herdeiro do trono em 1681. Foi, no mesmo ano, designado para o bispado de Meaux, localidade da Ilha da França. Sua grande preocupação dessa época foi combater ou converter os protestantes. Os últimos anos de sua vida foram dedicados à crítica do “quietismo”, tendência religiosa condenada pela igreja. Na obra Discurso Sobre a História Universal, afirma que a história é produto dos desígnios da providência.
O objetivo do livro foi defender o princípio da ordem e a legitimidade dos poderes estabelecidos. A monarquia, segundo ele, constitui a forma de governo mais antiga, mais natural e mais comum. Apesar de jamais ter escrito uma obra especificamente política, por seus livros pedagógicos, compostos para a educação do futuro rei Luís XV, entre 1670 e 1680, pode ser colocado entre os grandes teóricos do absolutismo. Também em suas obras contra os protestantes, escritas entre 1688 e 1691, ou contra os “quietistas”, a ideia central é a de que o respeito à tradição e à confiança na providência divina devem conduzir os homens à submissão total à autoridade do governante. Foi também o maior pregador do seu tempo. Por seu estilo, foi colocado pela crítica entre os grandes representantes do classicismo literário. Sua personalidade influenciou toda a vida religiosa do século XVIII.