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29/01/2022 — A editora Companhia das Letras está encaminhando para as livrarias a obra “Alcibíades I”, escrita pelo filósofo grego Platão. O texto é uma tradução direta de um dos diálogos mais importantes da filosofia clássica. O autor retroage aos tempos do filósofo Sócrates, que usa a ascensão do Alcibíades na estrutura da política grega para utilizar o método investigativo na busca do conhecimento de si mesmo. A edição inclui um ensaio introdutório da filósofa Júlia Arnas, uma das maiores especialistas do mundo na obra do Platão. O Alcibíades do título viveu entre os anos 450 e 404 antes da Era Cristã. Descendente de uma família ilustres, foi um dos maiores expoentes da democracia ateniense.

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Alcibíades Clinias Escambónidas nasceu em dia e mês incertos do ano de 450 a.C. na cidade de Atenas, Grécia. Morreu em dia e mês incertos do ano de 404 a.C., na localidade de Melissa, Frígia (território da atual Turquia). Militar e político ateniense. Órfão, foi educado por Péricles, seu padrinho, considerado o mais famoso político da Grécia Antiga.

Cresceu entre os dirigentes da democracia e pertenceu ao círculo do filósofo Sócrates, tornando-se personagem de alguns dos diálogos de Platão. Entrou para a política após se distinguir na Campanha da Potideia em 432 a.C. Em 415 a.C., instigou e comandou uma desastrosa expedição à Sicília, onde interesses atenienses estariam sendo vilipendiados. Derrotado, desertou, refugiando-se na cidade de EspartaObrigado a deixar Esparta por manter relações ilícitas com a mulher do rei, ofereceu seus serviços a Tisafernes, sátrapa persa.

Valendo-se da ajuda financeira desse sátrapa, tentou voltar a Atenas, onde os oligarcas tinham assumido o poder. Tendo derrotado a frota espartana em Abidos (411 a.C.) e Cisicos (410 a.C.), além de ter derrotado Chacedon e Bizâncio (408 a.C.), conseguiu, finalmente, o apoio do partido democrático para voltar à terra natal. Foi, então, nomeado comandante das unidades terrestres e marítimas de guerra (estratego). Restabeleceu a partir de então (407 a.C.), através de uma série de conquistas, a supremacia ateniense no Mar Egeu. Destituído do cargo em 406 a.C., exilou-se primeiro na Trácia e, depois, na Frígia (Ásia Central), onde foi assassinado por ordem do sátrapa Farnabases.

Para o historiador Claude Mossé (Dicionário da Civilização Grega), ele é um personagem particularmente interessante no contexto da democracia ateniense. Afilhado de Péricles, estava naturalmente destinado a desempenhar o papel de um líder democrático. Pertencendo à fina flor da juventude ateniense, seguira as lições dos sofistas e aderira ao ceticismo de alguns deles, especialmente no tocante às práticas religiosas. Assim, não surpreende que tenha sido implicado no caso da mutilação das estátuas do deus mensageiro Hermes. Sua sedução física, segundo o historiador, era exercida tanto sobre os homens quanto sobre as mulheres: “era amado ou detestado, mas sempre apaixonadamente”. Várias histórias sobre a sua trajetória passaram para posteridade em escritos do historiador Plutarco.


 

 

 



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