filipe-ii-macedonia1Unificador da Grécia

14/10/2014 — Uma equipe de pesquisadores gregos confirmou que restos os mortais encontrados numa tumba na cidade de Vergina, no norte de Grécia, são de Filipe II, rei da Macedônia, que governou entre 359 e 336 a.C. Cerca de 350 ossos descobertos numa câmara de dois ambientes foram examinados para comprovar a identidade. O time de arqueólogos, liderado por Theodore Antikas, constatou patologias e traumas que confirmaram a identidade do corpo. Além disso, a pesquisa contou com técnicas de tomografia, microscopia eletrônica de varredura e fluorescência de raios-x para comprovar a tese de que o pai de Alexandre foi finalmente encontrado. Debates sobre os restos se arrastavam desde a descoberta da tumba pelo arqueólogo grego Manolis Andronikos, em 1977.

FILIPE II DA MACEDÔNIA nasceu em dia e mês incertos do ano de 382 antes da Era Cristã, na cidade de Pella. Morreu em dia e mês incertos do ano de 336 a.C., na localidade de Aigai. Terceiro filho do rei Amintas III, não estava destinado ao trono e foi enviado como refém para Tebas, Grécia, onde ficou entre 368 e 365 a.C. Essa estada teve importância capital na sua formação, pois lhe permitiu impregnar-se da cultura helênica e estudar as reformas militares de Epaminondas. Em 359 a.C., tornou-se regente do seu sobrinho Amintas IV e não tardou em se proclamar rei. Reorganizou o seu exército, armando-o com sarissas, e reformou, de maneira ao mesmo tempo compacta e flexível, a formação da falange.

macedonia1Assegurou inicialmente as fronteiras setentrionais através de campanhas contra os bárbaros dos balcãs. Restabeleceu também a ordem interna vencendo seus competidores Argeu e Pausânias. Obteve a neutralidade de Atenas, Grécia, e assegurou as saídas marítimas e territórios ricos em minerais, ocupando a Trácia e tomando Anfípolis (357 a.C.), Pidna e Potideia (356 a.C.). Ao mesmo tempo, fortificou o seu poder casando-se com Olímpia, filha do poderoso rei do Épiro. A partir de 354 a.C., estava suficientemente forte para intervir na Tessália contra os tiranos de Feres. A aliada deste último — a Fócida — venceu inicialmente as tropas macedônicas, mas seus exércitos foram derrotados no ano seguinte. Declarando-se protetor dos tessalônicos, preparou-se então para invadir a Grécia Central. Os atenienses, entretanto, o precederam e ocuparam as Termópilas em 352 a.C.

v-kilmer1Ele, então, continuou na Trácia a expansão dos seus domínios: tomou a cidade de Olinto em 348 a.C., que os atenienses não conseguiram socorrer com eficácia. Atenas, depois disso, lhe propôs a paz, mas ele fez com que os acordos se prolongassem para lhe permitir tomar a Queroneia. Com a paz de Filócrates (346 a.C.), Atenas teve de abandonar a sua aliada Fócida. Ele, então, devastou a cidade. Fez também que lhe atribuíssem os Jogos Píticos. Ao mesmo tempo em que reforçava seu poder na Tessália e na Trácia, preparava-se para subjugar toda a Grécia, mas o partido patriótico havia retomado a força em Atenas e se preparava para a guerra. Tendo formado uma liga, os atenienses frustraram suas tentativas sobre Perinto e Bizâncio.

Mas em 339 a.C., enquanto os tebanos guardavam as Termópilas, ele ladeou o desfiladeiro e, com a cumplicidade da Fócida, ocupou, para surpresa geral, a fortaleza de Elateia, nas portas da Beócia. Foi inútil a conclusão da aliança entre Tebas e Atenas: o exército grego foi esmagado na Batalha de Queroneia em 338 a.C. Foi então que ele revelou sua grandeza como político. Em vez de sobrecarregar seu jugo sobre a Grécia, que já era sua, contentou-se em castigar Tebas. Instituiu uma liga helênica permanente, cujos membros se comprometeram a recorrer à sua arbitragem em caso de conflito interno e ao seu comando militar em caso de guerra. Quis consolidar essa nascente unidade grega com uma grande empresa em comum: uma expedição contra a Pérsia. A guerra foi declarada em 337 a.C., mas ele foi assassinado no ano seguinte por um nobre macedônico chamado Pausânias. Seu projeto foi levado adiante pelo seu filho, Alexandre — O Grande.


 

 

 



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