03/02/2015 — Já está nas livrarias a obra “A Águia e o Dragão”, do historiador francês Serge Gruzinski. O livro sai pela editora Companhia das Letras e com tradução de Joana Angélica d'Avila. A partir do século XVI, o destino dos homens — quisessem eles ou não — se desenrolava num palco planetário. No início dos anos 1520, enquanto Fernão de Magalhães velejava rumo à Ásia pela rota do ocidente, Hernán Cortés se apoderava do México. Enquanto isso, os portugueses, instalados em Malaca, sonhavam em colonizar a China. A águia asteca acabou sendo aniquilada, mas o dragão chinês eliminou os intrusos, não sem antes ter tomado todos os canhões deles.
Esses dois episódios assinalam uma etapa determinante na história mundial. Pela primeira vez, seres originários de três continentes se encontram, enfrentam-se ou se misturam. O Novo Mundo se torna inseparável dos europeus que vão conquistá-lo. E o Império Celestial se impõe, por muito tempo, como uma presa inacessível. Serge Gruzinski narra esse confronto entre as duas civilizações que contrastavam em tudo, mas que já fascinavam seus contemporâneos. Nesta nova e soberba exploração dos mundos do renascimento, ele apresenta as engrenagens da globalização ibérica, que fez da América e da China parceiras indispensáveis para os europeus. O que deu a partida para a integração do conhecimento entre orientais e ocidentais.
Gruzinski
SERGE GRUZINSKI nasceu no dia cinco de novembro de 1949, na cidade de Tourcoing, França. É um historiador francês especializado em assuntos latino-americanos. Estudou profundamente a história do México. Nos últimos anos, realizou pesquisas sobre o Brasil da época do Império Português. Atualmente, é diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França.
Paralelamente ao trabalho profissional, enveredou pela literatura, sempre levando em consideração os fatos históricos. Escreveu: “A Passagem do Século” (1999), que trata da aventura civilizatória do século XVI; “O Pensamento Mestiço” (2001), sobre a convivência de várias culturas no México; “A Colonização do Imaginário” (2003), que destaca as sociedades indígenas do México; “A Guerra das Imagens” (2006), dedicada à investigação do imaginário colonial.