jorge-couto1Jorge Couto

JORGE COUTO nasceu no dia 21 de fevereiro de 1951, na cidade de Ponta Delgada, Região Autônoma dos Açores, Portugal. Historiador e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é considerado um especialista na história do Brasil. Foi presidente do Instituto Camões entre 1998 e 2002, diretor da Biblioteca Nacional de Portugal entre 2005 e 2011 e diretor-geral do livro e das bibliotecas do seu país entre 2010 e 2011. O principal da sua obra historiográfica concentra-se no Brasil Colônia. Sua dissertação de mestrado, aprovada em 1990, versa sobre o tema “O Colégio dos Jesuítas do Recife e o Destino do Seu Patrimônio (1759-1777”).

O seu livro mais conhecido é o “A Construção do Brasil”. Com 408 páginas, o livro foi lançado no Brasil em maio de 1998. Nele, o autor se detém em aspectos pouco conhecidos do descobrimento. Assim, aborda três assuntos: as sociedades indígenas que viveram no país antes do Pedro Álvares Cabral, o descobrimento em si e os primeiros tempos da colonização. A parte mais interessante é a que fala da rivalidade entre Portugal e Espanha na época. O autor esmiúça como os dois países se vigiavam mutuamente e relata em detalhes as estratégias diplomáticas usadas para garantir a posse de terras que nem haviam sido ainda descobertas. Lê-se essa parte do livro como a um romance de espionagem.

a-construcao-do-brasilHá um capítulo dedicado a Duarte Pacheco Pereira, navegador português que teria estado no Brasil antes do Cabral. O trecho causou alguma celeuma nas terras lusitanas. Não havia, no entanto, razão para a polêmica. Primeiro, porque a hipótese sobre o Pacheco Pereira não era nova. Data da primeira metade do século XX. Além disso, ela não seria a prova definitiva da chamada “teoria da intencionalidade”, segundo a qual o Cabral não teria chegado ao Brasil por acaso. Sua vinda teria sido preparada para tomar posse de terras de cuja existência o rei de Portugal já suspeitava. Entretanto, a obra vale menos pelas páginas dedicadas a esse descobridor alternativo e mais pelo relato empolgante da negociação do Tratado de Tordesilhas, o qual demarcou as terras pertencentes a Portugal e à Espanha.


 

 



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