capaAlmas

ALMAS MORTAS foi lançado originalmente em 1842 na cidade de Moscou na Rússia. A redação do livro levou o autor Nicolai Gogol à loucura. Tudo começou com uma ideia bem-humorada da história do Chichikov, um oportunista que viajaria pela Rússia comprando os direitos dos servos mortos ainda não baixados no censo. Portanto, como bens móveis, esses servos podiam ser hipotecados. À medida que o romance tomou corpo, desenvolveram-se também as aspirações do autor. O objetivo dele se tornou nada menos do que despertar o núcleo nobre do povo russo para transformar a paisagem social e econômica do atribulado país.

Assim, o Gogol não queria mais escrever “sobre” a Rússia, mas sim “salvá-la”. Levado a essa obsessão messiânica — e tendo queimado a parte dois do livro após dez anos de esforços —, matou-se por inanição. As viagens do Chichikov pela vastidão da Rússia deram ao autor a oportunidade de brilhar como um retratista satírico, um caricaturista da panóplia de tipos russos. Ele torna a literatura russa engraçada, tragicamente engraçada. O personagem central do livro é atemporal, um mascate não muito diferente dos atuais bilionários das empresas de vendas pela internet, capaz de explorar a estupidez e a ganância dos proprietários rurais. Mesmo que o escritor não tenha encontrado a chave da salvação russa, conseguiu com o romance um alerta importante das questões sociais.

Gogol

NIKOLAI VAILIEVICH GOGOL nasceu no dia 1.º de abril de 1809 na cidade de Myrhorod na Região da Poltava. Morreu no dia quatro de março de 1852 na cidade de Moscou. A nacionalidade dele ainda causa polêmica, pois, embora a cidade natal pertencesse ao Império Russo na época, mais à frente passou a fazer parte do território da Ucrânia. Mas toda a obra dele foi escrita em russo. Essa obra é fundada no movimento realista, que de tão realista beira o surrealismo. Publicou o primeiro livro, a novela “Viy”, em 1831. Trata-se de uma trama de horror baseada no folclore russo. No total na carreira foram dezessete livros. Além do “Almas Mortas”, destacam-se os romances “Tara Bulba” de 1834 e “O Inspetor Geral” de 1836.


 

 

 



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