Victor Hugo
VICTOR-MARIE HUGO nasceu no dia 26 de fevereiro de 1802, na cidade de Besançon. Morreu no dia 22 de maio de 1885, na cidade de Paris. Filho de Joseph Hugo, general do exército de Napoleão Bonaparte, passou a infância em diversos pontos da Europa, até que, atingindo a idade escolar, foi enviado ao Liceu Louis-le-Grand, onde estudou até 1818. Desde cedo se mostrou decidido a seguir a carreira literária. Em 1819, fundou O Conservador Literário, revista de tendências monarquistas e católicas, e escreveu a Ode Sobre o Duque de Berry (1820). Com esse poema, caiu nas graças da aristocracia, acabando por receber um prêmio em dinheiro das mãos do rei Luís XVIII.
Dois anos mais tarde, com a publicação primeiro livro, Odes e Poesias Diversas, recebeu uma pensão do Estado, o que lhe possibilitou se casar com Adele Foucher, sua namorada de infância. Ao sucesso do primeiro livro de poesias, seguiu-se, no ano seguinte, a publicação de seu primeiro romance, Han de Islândia (1823), um trabalho na linha romance negro, muito em voga na época. Passando a frequentar a casa do escritor Charles Nodier, veio a conhecer Alfred de Vigny e Alphonse Lamartine. Pouco depois, em 1826, publicou dois novos livros: o romance de aventuras Bug-Jargal, moldado no estilo de Walter Scott, e os poemas Odes e Baladas, com temática que se reportava à Idade Média.
Em 1827, publicou a primeira peça teatral, Cromwell, em cujo prefácio assumiu a posição de chefe do Romantismo. Como dramaturgo, opunha-se ao Classicismo, defendendo o drama “moderno” com a coexistência do sublime e do grotesco. Sua peça seguinte, Marion Delorrne (1829), não pôde ser encenada devido a problemas com a censura. No curso de 1830, com Hernani, conseguiu finalmente a consagração teatral. Ainda sob os efeitos desse sucesso, produziu uma de suas obras-primas: o romance Notre Dame de Paris (1831). A década, iniciada de maneira tão promissora, foi de produção fértil: em prosa, O Rei se Diverte (1832), Lucrécia Bórgia (1833), Maria Tudor (1833), Ângelo, o Tirano de Pádua (1835) e Ruy Blás (1835).
A participação dele na revolução popular de 1848 e o combate que fez, posteriormente, a Napoleão III, levaram-no ao exílio em 1851. O longo afastamento (vinte anos) constituiu um de seus períodos mais férteis: na poesia destacaram-se Os Castigos (1853), As Contemplações (1856), Legenda dos Séculos (1859) e Canções das Ruas e dos Bosques (1865); quanto à prosa, publicou os romances: Os Miseráveis (1862), Os Trabalhadores do Mar (1866) e O Homem que Ri (1869). Retomou à França em 1870 e, a partir de então, exerceu intensa atividade política e literária. Escreveu ainda: Enterros Civis (1875), Atos e Palavras (1876), A Arte de Ser Avô (1877) e História de um Crime (1877). Vários dos seus romances foram transpostos com muito sucesso para o cinema.