FRANÇOIS CHARLES MAURIAC nasceu no dia 11 de outubro de 1885, na localidade de Bordéus, França. Morreu no dia 1.º de setembro de 1970, na cidade de Paris.
Sua família — ricos proprietários de terras e comerciantes — o educou dentro de rígidas normas católicas. Fez seus estudos no colégio dos marianistas e no Liceu de Bordéus. Depois de se mudar para Paris, publicou As Mãos Unidas em 1909. Em 1912, lançou seu primeiro romance, A Criança Carregada de Correntes. No ano seguinte, saiu O Vestido Pretexto. Mobilizado para a Primeira Guerra Mundial, acabou hospitalizado em Salônica. Em 1920, retomou a atividade literária, lançando A Carne e o Sangue. Seguiram-se Precedências (1921) e Beijar os Leprosos (1922).
Em toda a sua obra é no estreito meio burguês de Bordéus que se desenvolvem os eternos conflitos entre sensualidade e fé, os dois apelos inconciliáveis que constituem o tema central de seus primeiros romances. Após a publicação de O Deserto do Amor (1925), foi premiado pela Academia Francesa. Em 1933, passou a integrar a academia. Publicou livros de memórias (Começos de Uma Vida, 1932), de crítica literária (A Vida de Jean Racine, 1928; O Romance, 1928) e de meditação espiritual (Sofrimento e Felicidade de Um Cristão, 1930). Mas a influência que exerceu sobre o público se deveu, sobretudo, aos seus romances.
Produziu também para o teatro, com destaque para a peça Mal Amados, de 1945. A partir de 1936, ao lado de outros intelectuais, se colocou contra a política do ditador espanhol Francisco Franco. Seus artigos no jornal Tempo Presente aproximaram-no das correntes de esquerda, as quais antes o chamavam de “escritor católico”. Durante a ocupação alemã da França na Segunda Guerra Mundial, aderiu à Frente Nacional e colaborou na imprensa clandestina. Contrário à filiação a partidos, opôs-se durante quinze anos aos comunistas, aos democratas-cristãos e aos conservadores. Ao lado de sua crescente atividade política — inclusive a favor da independência de todas as colônias —, continuou a lançar artigos de crítica literária, ensaios religiosos e romances. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1952, pelo conjunto da obra.