VLADO HERZOG nasceu no dia 27 de junho de 1937, na cidade de Osijek, Croácia (então parte integrante da ex-Iugoslávia). Morreu no dia 25 de outubro de 1975, nas dependências do Doi-Codi (polícia política do Exército), em São Paulo.
Filho único de uma família de origem judaica, chegou ao Brasil com os pais aos nove anos de idade. Formou-se em Filosofia na Universidade de São Paulo em 1959. Iniciou a carreira jornalística logo em seguida, passando a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Mais tarde, tornou-se editor da revista Visão. Na década de 1970, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura de São Paulo. Também foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e, nessa época, atuou também como dramaturgo, envolvido com intelectuais de teatro. Politicamente, passou a atuar no Partido Comunista Brasileiro, em franca oposição ao regime militar implantado no Brasil em 1964.
Em 24 de outubro de 1975, foi convocado por agentes do II Exército para prestar depoimento sobre suas as ligações com o Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte, compareceu ao Doi-Codi, o órgão responsável pela polícia política. Lá, teria sido torturado, de acordo com depoimento de outros dois jornalistas detidos, Jorge Duque Estrada e Rodolfo Konder. O interrogador do jornalista, identificado como capitão Ramiro, confirmou, em 2002, que usara técnicas de interrogatório para obter as informações necessárias. O jornalista foi encontrado em sua cela enforcado com o próprio cinto. Embora a causa oficial da morte tenha sido declarada como suicídio por enforcamento, sempre houve consenso de que o perecimento se deu em decorrência das sessões de tortura.
Em 2005, o cineasta João Batista de Andrade lançou Vlado — 30 Anos Depois. Através de depoimentos de vários amigos e familiares, o documentário revive o drama do jornalista. Além disso, monta uma trajetória que começa na infância na ex-Iugoslávia, a perseguição da família pelo regime nazista até sua carreira e morte no Brasil. Foi lançado em DVD em 2006 pela Europa Filmes. Em outubro de 1978, a Justiça, após um processo movido pela família, declarou a União responsável pela morte de Vladimir Herzog. Em 1997, a União, com base na Lei dos Desparecidos Políticos, fixou uma indenização de R$ 100 mil para a mulher e filhos do jornalista.