Patrocínio

JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO nasceu no dia nove de outubro de 1853, na cidade de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Morreu no dia 29 de janeiro de 1905, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de uma escrava e de um cônego, recebeu o sobrenome no dia do batismo, realizado em novembro, mês em que a igreja comemora o “patrocínio” da Virgem Maria. Com catorze anos, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro ao encontrar emprego de aprendiz na Santa Casa de Misericórdia. Formou-se em farmácia em 1874, mas não chegou a exercer a profissão. Preferiu se dedicar ao jornalismo.

No ano seguinte, fundou o jornal mensal “Os Ferrões”, no qual se destacou como polemista. Trabalhou também na Gazeta de Notícias. Depois de passar algum tempo no Ceará para relatar os efeitos da seca naquele estado, escreveu, em 1879, o livro “Os Retirantes”. Casou-se em 1871 com uma moça branca, fato entendido como um desafio à sociedade racista da época. Com dinheiro emprestado pelo sogro, comprou o jornal Gazeta da Tarde, através do qual intensificou os discursos a favor da abolição da escravatura e da proclamação da República. A publicação não durou muito tempo. Em 1887, voltou à carga com o jornal A Cidade do Rio de Janeiro.

Admirador confesso da Princesa Isabel, passou a ser visto com desconfiança pelos governantes. Após a proclamação da República, passou dezoito meses na Europa. Ao retornar, escreveu um manifesto contra o então presidente Floriano Peixoto, o que lhe valeu um período de prisão na cidade de Cucuí, no Amazonas. De volta ao Rio de Janeiro em 1893, desafiou novamente o Governo Federal ao apoiar a Revolta da Armada. Foi obrigado a fugir e teve a circulação do seu jornal suspensa. A publicação voltou a funcionar somente dois anos depois. Nos últimos anos do Século 19, sua atenção foi atraída pelas novas conquistas tecnológicas. Trouxe, da França para o Brasil, o primeiro automóvel movido a gasolina. Morreu no Rio de Janeiro em 1905 quando redigia um artigo saudando a iminência da Revolução Russa.