CLÁUDIO ABRAMO nasceu no dia seis de abril de 1923 e morreu no dia 12 de agosto de 1987 na cidade de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, completou formalmente apenas o curso primário. Com 22 anos ingressou no jornalismo ao participar da criação do Jornal de São Paulo. Passou pelos Diários Associados e, em 1948, tornou-se repórter do O Estado de S. Paulo. Defensor do estilo da imprensa anglo-saxã em que a informação é transmitida de maneira simples, concisa e direta, destacou-se entre os repórteres da época, acostumados a textos longos e opinativos.
Em 1951, recebeu uma bolsa de estudos para cursar a Escola de Altos Estudos Sociais e Políticos de Paris na França. Dois anos mais tarde, com trinta anos, assumiu a secretaria de redação do O Estado de S. Paulo. Em 1963, transferiu-se para a Folha de S. Paulo para assumir a chefia de reportagem do jornal. Autodidata, recebeu com 46 anos o diploma ginasial ao prestar o exame supletivo. Ocupou na Folha de S. Paulo os cargos de secretário-geral, diretor de redação e diretor do conselho editorial. No final da década de 1970, introduziu no jornal importantes reformas editoriais. Essas reformas influenciaram o jornalismo escrito brasileiro. Criou novas seções, impôs rapidez na cobertura do noticiário e trouxe de volta as páginas de opinião.
Nesse período, sentiu a perseguição do regime militar. Chegou a ser preso com a prima e segunda esposa, a crítica de arte Radhá Abramo. Em 1979, deixou a Folha de S. Paulo para fundar o jornal República junto com o jornalista Mino Carta. Entre 1980 e 1984, esteve novamente na Folha como correspondente na Europa, especialmente nas cidades de Londres e Paris. De volta ao Brasil, tornou-se um dos principais articulistas políticos do país com uma coluna na Folha. Paralelamente, lecionou no curso de pós-graduação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Em 1988, a família publicou o livro “A Regra do Jogo”, o qual reuniu artigos publicados e um texto autobiográfico. Nesse texto, o Abramo detalha a carreira e as reformas que fez no Estadão e na Folha.