Afonso V
Alcunhado de “o Africano”, nasceu no dia 15 de janeiro de 1432 e morreu no dia 28 de agosto de 1481, na cidade de Sintra, região de Lisboa, Portugal.
Filho do rei Duarte I e sua mulher Leonor, princesa de Aragão, foi aclamado rei no dia 11 de setembro de 1438, com apenas seis anos de idade. Durante a sua menoridade, de acordo com desejo expresso do pai, a regência seria exercida pela mãe. No entanto, devido à impopularidade da rainha, as cortes decidiram, em 1439, entregar a regência ao seu tio, Pedro, duque de Coimbra.Como regente, este procurou limitar o desenvolvimento da nobreza e concentrar o poder na pessoa do rei. O país prosperou sob a regência.
Não obstante isso, a oposição crescia sob a liderança de Afonso, meio-irmão do regente, que passou a ser o confidente preferencial do rei. Em 1442, Afonso foi nomeado duque de Bragança, tornando-se o homem mais poderoso de Portugal e um dos mais ricos da Europa. Em 1448, o rei atingiu a maioridade e assumiu o controle dos negócios do estado. Já no primeiro ano, anulou todos os editos aprovados durante a regência. A situação política tornou-se instável e declarou o ex-regente e tio, Pedro, rebelde e inimigo do reino. Além das conquistas militares, deixou para Portugal uma obra jurídica chamada Ordenações Afonsinas, composta de cinco livros.
Juntamente com o duque de Bragança, derrota o ex-regente na Batalha de Alfarrobeira, matando-o em combate. Depois da vitória, passou a ser totalmente controlado pelo duque de Bragança. Com o fim da instabilidade interna, concentrou sua atenção na expansão portuguesa no Norte da África. Seu exército conquistou, nas campanhas que lhe valeram o apelido de “o Africano”, as cidades de Alcáger Ceguer (1458), Anafé (1464) e Arzila (1471). Com a tomada dessas cidades, caíram também nas mãos dos portugueses as cidades de Tânger e Larache. Subsidiou ainda as explorações do Oceano Atlântico, concedendo o comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos cem léguas de costa, o que o levaria até à costa de São Jorge da Mina.
Organizadas pelo tio, o Infante D. Henrique, estas viagens não tiveram continuidade depois da morte deste em 1460. Do ponto de vista administrativo, foi um rei ausente, pouco preocupado com o desenvolvimento do comércio e da administração do reino. Com as campanhas africanas terminadas, enfrentou novas batalhas na Península Ibérica. Ao não concretizar o desejo de assumir o trono de Castela, Espanha, retornou para Portugal em 1477 e retirou-se para o Convento de Torres-Vedras. Abdicou então do trono em favor do filho, que assumiu o reino como Dom João II. Morto em 1481, seu corpo foi enterrado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, situado na vila de Batalha.