João II
JOÃO II DE PORTUGAL nasceu no dia 3 de maio de 1455, na cidade de Lisboa. Morreu no dia 25 de outubro de 1495, na localidade de Alvor. Assumiu o trono no dia 29 de agosto de 1491.
Chamado pelos seus súditos de “príncipe perfeito”, era filho do rei Afonso V e de dona Isabel. Lutou ao lado do pai nas conquistas do Marrocos (Arzila e Tânger) e recebeu o governo das coisas da África, em especial o comércio com a Guiné. Além disso, exerceu várias vezes a regência. Quando da abdicação do pai, foi aclamado rei em 1477, mas só assumiu efetivamente em 1481. Seu reinado foi marcado pelo firme controle dos negócios internos, pela astúcia na política externa (de contínuo incentivo à expansão ultramarina portuguesa).
Internamente, aumentou a autoridade real, centralizando o governo e diminuindo o poder dos aristocratas. Isso levou a duas conspirações, as quais resultaram na execução do duque de Bragança (em 1483) e no assassinato, pelo próprio rei, de seu cunhado — o duque de Viseu (em 1484). A paz com Castela foi obtida entre 1479 e 1480, quando reivindicações feitas por Afonso V foram esquecidas, em troca de abandono, por parte dos espanhóis, das pretensões relativas às expedições ultramarinas de Portugal.
Em novembro de 1494, Portugal e Castela assinaram o Tratado de Tordesilhas, pelo qual todas as terras descobertas “para o Ocidente de um meridiano tirado a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde” pertenciam a Castela. O rei deu grande apoio às viagens portuguesas de descobrimento. Foi durante o seu reinado que Diogo Cão descobriu os reinos de Benin e Congo, em 1484, e que Bartolomeu Dias dobrou o Cabo das Tormentas, em 1488. Seu único erro nesse setor, segundo os historiadores, foi não aceitar os pedidos de Cristóvão Colombo. Ele se casou com dona Leonor, filha do duque de Viseu, da qual só teve um filho, que morreu em 1491. Assim, deixou o trono a seu primo e cunhado — o duque de Beja —, que seria coroado com o nome de Manuel I.