20190512aJoão VI

JOÃO MARIA RAFAEL DE BRAGANÇA nasceu no dia treze de maio de 1767 e morreu no dia dez de março de 1826, na cidade de Lisboa, capital de Portugal. Filho da rainha Maria I e do rei Pedro III,  não estava, inicialmente, destinado ao trono, pois o irmão mais velho José era o primeiro na linha de sucessão. Em 1785, casou-se com a Carlota Joaquina, filha do rei espanhol Carlos IV, então com dez anos. Em 1786, morreu o rei Dom Pedro e, dois anos depois, o irmão José. Além disso, ou por causa disso, a mãe Maria enlouqueceu. Tudo isso o levou à regência. Em 1793, aliou-se à Espanha no combate à Revolução Francesa, movimento que ameaçava todas as  monarquias europeias.

Em 1801, o Napoleão Bonaparte, na sua luta com a Inglaterra, procurava aliados na Europa. Convenceu a Espanha a atacar Portugal. Não tendo condição de enfrentar os espanhóis, Dom João pediu a paz, com a promessa de fechar os portos portugueses à Inglaterra. A economia portuguesa, porém, estava profundamente ligada aos ingleses. Além disso, a Carlota Joaquina, fiel às origens espanholas, conspirava na corte portuguesa. Dom João procurou ganhar tempo, mas, em 1806, o Napoleão lhe deu um ultimato: ou fechava os portos à Inglaterra ou a França invadiria Portugal. Ele, então, transferiu a capital do reino para o Brasil. No dia 22 de janeiro de 1808 chegou com sua corte à cidade de Salvador. Foi na Bahia que decretou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas.

Em março do mesmo ano, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde formou o ministério. Aboliu a proibição de criação de indústrias, atacou e ocupou a Guiana Francesa e fundou escolas e bibliotecas. Enquanto isso, na Europa, o Napoleão depôs o rei da Espanha, colocando no lugar dele o irmão José Bonaparte. Em 1815, após a queda do Napoleão, Dom João elevou o Brasil à categoria de reino. No ano seguinte, com a morte da Maria I, assumiu a coroa como rei. Os portugueses, prejudicados com a perda dos mercados brasileiros, voltaram-se contra ele. Em 1820, eclodiu uma revolta na cidade do Porto, a qual exigia o fim da monarquia absoluta, a convocação de uma assembleia constituinte e a volta do seu rei. Dom João, com sua tática de protelar as soluções, não respondeu às exigências.

No Brasil, existia certo receio, pois a opinião geral era de que a volta do rei a Portugal podia significar a retirada da autonomia que o país obtivera. Finalmente, em fevereiro de 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se, exigindo o retorno do rei ao país natal. Houve choques e mortes. Só o rei poderia evitar que a guerra civil se alastrasse. Assim, no dia 22 de abril, passou o governo do Brasil para o filho Pedro. No dia 26, embarcou para Lisboa. Ao chegar à capital portuguesa jurou a constituição. Mesmo assim, as facções e as ideias em choque provocaram constantes desordens. Além disso, teve de reconhecer a independência do Brasil no dia 29 de agosto de 1825. Depois da sua morte, houve problemas na sucessão. O trono seria do Dom Pedro, então imperador do Brasil. Este abdicou em favor da filha Maria II, mas o trono foi usurpado pelo irmão Miguel.


 

 

 



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