adriana-esteves av120 de outubro de 2012
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O melhor da novela Avenida Brasil foi sua escalada rumo a se tornar a  mais comentada dos últimos anos. Seu desfecho, tão esperado a ponto de o governo se preparar para lidar com uma possível sobrecarga no sistema elétrico, deixou a desejar pela previsibilidade do destino de personagens que protagonizaram reviravoltas intensas ao longo da trama. Foi Carminha (Adriana Esteves) quem matou Max (Marcello Novaes) para defender Nina (Débora Falabella) e impedir a morte da enteada a facadas pelo amante.

A redenção da vilã era esperada, mas perdeu a graça por ter se concretizado através de um ato relacionado justamente à pessoa que ela mais odiou ao longo da novela - e que foi responsável por transformar sua vida num inferno. Mesmo assim, o último capítulo de Avenida Brasil bateu o recorde de audiência, com 51 pontos de média, o número confere à novela o posto de desfecho de trama com a maior ibope nos últimos dez anos. O share foi de 75%. A conclusão da antecessora, Fina Estampa, teve 47 pontos.

Com o destino de Carminha, o autor João Emanuel Carneiro mandou a mensagem de que os maus pagam no final e os bons colhem os louros do compromisso com a verdade. Para uma novela que se assumiu realista, com criança sendo abandonada no lixão no primeiro capítulo, é um fim no mínimo incoerente. Carminha pagou seus pecados da pior forma possível, pelo menos para ela. Após ter sido presa pelo assassinato de Max, a megera surgiu com os cabelos presos e escuros catando entulho no lixão. As pazes com Nina e Jorginho foi selada sobre a mesa de jantar do barraco da mãe Lucinda (Vera Holtz). Com o filho nos braços, Jorginho perdoou a mãe e Nina foi para a cozinha ajudar a sogra passar um café.

juca-de-oliveira av-brasil1Há muitas perguntas sem respostas. Depois de “quem matou Max?” a pergunta que não quer calar é “o que aconteceu com Santiago (Juca de Oliveira)?” O vilão-mor da novela, que parecia invencível, foi traído por Carminha. Depois de ter sido baleado na perna pela própria filha, nunca mais apareceu. Sabe-se que ele está vivo porque o delegado informou à família Tufão que o vilão estava no hospital. Por isso, não pôde comparecer à acareação pela morte de Max.  Por sua vez, Suellen (Isis Valverde) terminou grávida, mas sua barriga não apareceu e, muito menos, o bebê.

A cota de recém-nascidos no fim da novela foi preenchida por um personagem bem crescidinho. Adauto (Juliano Cazarré) teve seu segredo revelado: ele é viciado em chupeta e convive com o trauma de ter sofrido bullying na adolescência, quando era chamado de Chupetinha. O amor de Olenka (Fabíula Nascimento) o ajudou a superar o vício e o fez queimar a “pepeta”. A catarse deu resultado e Adauto acertou o pênalti em jogo do Divino Esporte Clube, tornando-se herói do título. No núcleo do Cadinho (Alexandre Borges), o amor falou mais alto e o mulherengo levou suas três mulheres ao altar, Alexia (Carolina Ferraz), Verônica (Debora Bloch) e Noêmia (Camila Morgado).

A cena derradeira inovou em relação às tramas anteriores. A clássica sequência em que todos os personagens se juntam em momento de confraternização teve como cenário o jogo do Divino Esporte Clube, em vez dos batidos casamentos. Nina, Tufão, Muricy e companhia torceram para os jogadores vestidos com uniforme laranja e até cantaram o hino do clube em uníssono na arquibancada. Com o gol de Adauto, o time do Divino subiu para a primeira divisão e Avenida Brasil bateu na trave e por pouco não entrou para a história como a novela mais surpreendente dos últimos tempos (fonte: Veja).

 

 



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