Onofre
SANTO ONOFRE viveu e morreu entre o início da segunda metade do Século IV e o fim da primeira metade do Século V numa região inóspita do Egito. Não há muita documentação a respeito da sua existência, mas o que se sabe é bastante comovente. Quem passou para a história parte da vida do Onofre foi um abade chamado Pafúncio, acostumado a visitar eremitas na Região de Tebaída, no Egito. O abade perambulou pelo deserto durante dezesseis dias e, no décimo sétimo, “estremeceu” diante de um homem idoso, de cabelos e barbas que desciam até o chão, recoberto de pêlos, tal qual um animal, e usando apenas uma tanga de folhas. No primeiro momento, o Pafúncio se pôs a correr, assustado com a imagem. Minutos depois, porém, a figura o chamou, dizendo-lhe que nada devia temer, pois também era um ser humano e servo de Deus.
O abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse o seu nome e explicou a sua verdadeira história. Ele era um monge de um mosteiro, mas sentira o chamado para uma vida solitária, na qual já estava há setenta anos. Onofre também falou da sede, da fome e do conforto que Deus lhe dera, alimentando-o com frutos de uma tamareira que ficava próxima à gruta onde morava. Em seguida, conduziu o visitante à gruta. No dia seguinte, ao pôr do Sol, aconteceu aquilo que Pafúncio considerou um milagre: diante dos dois surgiu um pouco de pão e água, alimento que os revigorou. Mas, na manhã seguinte, viu o Onofre à beira da morte. O monge disse: “Não temas Pafúncio, pois Deus, em sua infinita misericórdia, o mandou aqui para me sepultar”. Onofre virou padroeiro dos tecelões e da cidade de Centrache, na Região da Calábria, Itália.