01Kepler

JOÃO KEPLER astrônomo, astrólogo e matemático, nasceu no dia 27 dezembro de 1571, na localidade de Weil, Áustria. Morreu no dia 15 de novembro de 1630, na localidade de Ratisbona, Baviera, AlemanhaIniciou os seus estudos em sua cidade natal. Seguiu depois para Leonberg, mas teve de interromper o curso secundário para auxiliar a mãe, que dirigia um restaurante em Ellemendingen.

Sua ajuda, porém, foi pouco significativa: contraíra por volta dos quatro anos varíola e escarlatina, doenças que lhe deformaram as mãos e debilitaram a visão. Fraco e doente, obteve permissão para retomar os estudos, entrando, em 1584, para o Seminário de Adelberg. Transferiu-se depois para Maulbronn e, finalmente, para Tübingen, onde foi aluno do padre e astrônomo Michel Mästlin. Com o professor, tomou contato pela primeira vez com as ideias de Nicolau Copernico — e se apaixonou por elas.

Em 1591, já formado em filosofia, começou a estudar teologia. Mas logo foi forçado a desistir da carreira eclesiástica. Por motivos financeiros, aceitou o cargo de professor de matemática na Universidade de Graz. Ensinou também Virgílio, oratória, astronomia e astrologia. No campo astronômico, demonstrou desde cedo grande interesse pelos problemas que envolvem o sistema planetário. Protestante, sua profunda fé em Deus e na ordem da criação o levou a admitir a existência de alguma regularidade na relação entre as órbitas dos diversos planetas. E partiu em busca dessa regularidade.

Em 1596, publicou Mistérios Cosmográficos, em que expõe argumentos favoráveis às hipóteses heliocêntricas. Atraiu, então, a atenção de outros astrônomos, como Tycho Brahe — astrônomo oficial da corte do imperador sacro Rodolfo II (1552-1612), que o convidou para trabalhar como seu assistente. Aceitou o cargo logo que se transferiu para Praga (Tchecoslováquia), em fevereiro de 1600. Após a morte do chefe, ocorrida em outubro de 1601, assumiu uma importante missão: reunir, organizar, complementar e interpretar as informações que haviam sido coletadas pelo colega. Suas pesquisas subsequentes visaram, portanto, a esse objetivo.

Em 1609, publicou Astronomia Nova, em que apresentou duas leis do movimento dos planetas. A primeira se divide em duas: (a) as trajetórias dos planetas em seus movimentos heliocêntricos são curvas planas e os planos que as contêm passam pelo Sol; e (b) a área varrida pelo raio vetor que liga o planeta ao Sol é proporcional ao tempo empregado em descrevê-la. A segunda lei diz que as trajetórias dos planetas são elipses, nas quais o Sol ocupa sempre um dos focos. É também nesta obra que ele faz referências à força da gravidade e tenta explicar o movimento das marés, atribuindo-o à atração da Lua. No mesmo ano, lançou Mercurius in Sole, que fala sobre as passagens do planeta Mercúrio pelo Sol.

Em 1610, ocupou-se dos estudos dos satélites de Júpiter, cuja existência, anunciada por Galileu Galilei, colocava em dúvida numa carta enviada ao sábio italiano. Perguntava, entre outras coisas: “Como poderia Júpiter ser um sistema de quatro satélites, sendo a Terra o mais nobre corpo celeste depois do Sol?” Mas graças a uma luneta enviada por Galileu, reconheceu seu erro e relatou suas observações de Júpiter e dos quatro satélites em Narratio de Observatis a se Quatuor Jovis Satellibus Erronibus. Em 1612, foi nomeado matemático do Império por Matias (1557-1619), irmão e sucessor de Rodolfo. Três anos depois, lançou suas primeiras notas sobre cálculo infinitesimal (Nova Stereometria Doliorum). Em 1619, publicou De Cometis, uma síntese de suas observações de cometas. 

Sugeriu que estes corpos são condensações no espaço celeste e que se movem em linha reta devido a impulsos recebidos do Sol. No mesmo ano, divulgou De Harmonicae Mundi, trabalho em que apresenta a terceira lei planetária: os quadrados dos tempos empregados pelos planetas para descrever suas órbitas completas são proporcionais aos cubos dos semieixos maiores das órbitas. Com a morte do imperador Matias, passou a viver momentos difíceis, cercado pela miséria e atormentado pela luta entre católicos e protestantes. Somente em 1627 conseguiu cumprir a promessa feita a Brahe, publicando As Tabelas de Tycho Brahe, sob o título Tabulae Rudolphinae — uma obra com tábuas logarítmicas e um catálogo de 777 estrelas. Depois, ele aumentou esse número para 1.005. Em 1628, foi nomeado matemático (com funções de adivinho) da corte do príncipe de Wallenstein. Morreu dois anos depois, durante uma viagem a Ratisbona.


 

 

 



© 2017 Tio Oda - Todos os direitos reservados