Moacyr
Scliar
MOACYR JAIME SCLIAR nasceu no dia 23 de março de 1937 e morreu no dia 27 de fevereiro de 2011 na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Filho de imigrantes judeus vindos da Rússia, foi alfabetizado pela mãe, uma professora primária. Depois de terminar o ensino médio, entrou na Universidade Federal do Rio do Sul para cursar medicina. Após se formar em 1962, especializou-se em saúde pública. Em 1970, fez um curso de pós-graduação em Israel. Depois, recebeu o título de doutor em saúde pública na Escola Nacional de Saúde.
Paralelamente ao trabalho, tornou-se professor na Universidade Federal de Ciências da Ciências da Saúde de Porto Alegre. Começou a carreira literária em 1968 com a publicação do livro de contos “O Carnaval dos Animais”. O primeiro romance — o “A Guerra do Bom Fim” — saiu em 1972. O trabalho na literatura foi reconhecido em 1980 com o prêmio oferecido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte na categoria “melhor livro de contos”. Esse reconhecimento se manifestou novamente com quatro Jabutis — o maior prêmio do setor no Brasil —, conquistados em 1988 na categoria “contos”, em 1993 com o romance “Sonhos Tropicais”, em 2000 como romance “A Mulher que Escreveu a Bíblia” e em 2009 com o romance “Manual da Paixão Solitária”.
Mas, de forma geral, a crítica coloca como o melhor trabalho dele o romance “O Centauro No Jardim” de 1980. Nesse livro, o Scliar mistura realidade e fantasia. A trama mira o interior do Rio Grande do Sul, onde na pacata família Tratskovsky nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Seu nome é Guedali, quarto filho do casal de imigrantes judeus russos. A partir desse evento fantástico, o autor constrói um romance situando a narrativa entre a fábula e o realismo. O texto evidencia a dualidade da vida em sociedade. A figura do centauro também ilustra a divisão étnica e religiosa dos judeus. O Guedali cresce solitário, excluído da sociedade. No total na carreira, o autor escreveu 13 livros de contos, 22 romances e 23 livros infanto-juvenis. Destes, o destaque vai para o “Um Sonho No Caroço do Abacate”, adaptado para o cinema em 1998.
