Moreninha

A MORENINHA foi um livro lançado originalmente em 1844. O autor Joaquim Manuel de Macedo tinha então vinte e quatro anos. Acabara de se formar em medicina. Primeiro romance brasileiro de sucesso nacional, teve sucessivas reedições e entrou na grade curricular das escolas públicas. A trama mistura o relato sentimental, ingênuo e fantasioso com o registro direto do cotidiano do Século 19. Representa por isso mesmo a entrada do gênero romântico na ficção brasileira. O texto conta a história do Augusto, um jovem de temperamento inquieto. Ele não acredita no amor.

Num fim de semana na Ilha de Paquetá, ele aposta com outros três amigos que não tem o dom de se apaixonar. Se isso acontecer algum dia, ele se compromete a escrever um romance. Ocorre que na tal ilha está uma moreninha chamada Carolina. O coração do mancebo bateu forte. Mas as dúvidas ainda persistem por causa de desventuras vividas anteriormente. A paixão pela moreninha sintetiza assim o baque súbito e devastador que caracteriza o amor romântico. Esse baque encarna também o mito do amor impossível. Através da Carolina, o Joaquim Manuel de Macedo transporta os ideais de beleza europeus para a realidade brasileira. O “A Moreninha” virou novela na TV Globo em 1976. Os protagonistas foram o Mário Cardoso e a Nívea Maria.

Macedo
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO nasceu no dia 24 de junho de 1820 e morreu no dia onze de abril de 1882 na cidade de Itaboraí no Estado do Rio de Janeiro. Formado em medicina com vinte e quatro anos, não pensava em seguir carreira na literatura. Mas o sucesso retumbante do primeiro romance “A Moreninha” fê-lo mudar de ideia. No total na carreira são quarenta e seis livros, dezesseis dos quais romances, a maioria com regular sucesso de público e crítica. Na política, relacionou-se muito bem com o imperador Dom Pedro 2.º. Chegou mesmo a funcionar como preceptor dos filhos da Princesa Isabel. É o patrono da cadeira número vinte da Academia Brasileira de Letras.