CARLOS I DA INGLATERRA nasceu no dia 19 de novembro de 1600, na cidade de Dumferine, Escócia. Morreu no dia 30 de janeiro de 1649, na cidade de Londres. Foi coroado em 27 de março de 1625.
Filho de Jaime I Stuart. Era absolutista e partidário do direito divino. Logo entrou em guerra contra a França, a favor dos huguenotes, sem conseguir obter vitórias. Por essa razão, teve de dissolver o parlamento duas vezes (em 1625 e em 1626), pela violenta oposição que lá encontrou. Um terceiro parlamento lhe forneceu os recursos necessários para continuar a guerra, mas o obrigou a assinar o chamado Ato dos Direitos, que restabelecia energicamente as liberdades tradicionais do povo inglês.
Ele aceitou o ato e imediatamente decretou a dissolução da câmara (1629), iniciando-se um período chamado de “tirania dos onze anos”. Governou como soberano absoluto, não convocou as câmaras, exigiu impostos e instituiu tribunais de exceção. Em 1637, com a imposição à Escócia de uma nova língua, eclodiu a revolta na Catedral de Edimburgo, unindo-se a esta a oposição presbiteriana em Cobenant (1638), com o início das duas guerras episcopais (1638/1639) e (1640/1641). Para obter subsídios, foi forçado a convocar novo parlamento. As críticas à política real foram redobradas e, em três semanas, a câmara foi dissolvida.
A esse “curto parlamento” seguiu-se o “longo parlamento”, convocado em novembro de 1640. A situação financeira do reino era desesperadora, obrigando-o a fazer uma séria de concessões: aceitou o Trienal Bill, que lhe impunha convocar o parlamento pelo menos uma vez durante três anos, renunciando ao direito de dissolver a câmara que estava no poder, a não ser por próprio consentimento dela. Acreditando poder se manter no trono por um golpe de estado, ordenou a prisão de seis chefes da oposição parlamentar. Os acusados, porém, se refugiaram em Londres, que se recusou a entregá-los. Foi o início da guerra civil.
As milícias dos campos, conduzidas por proprietários rurais — chamados cavaleiros —, conseguiram de início importantes vitórias para ele. Os parlamentares encontraram em Oliver Cromwell o seu chefe militar. Vencido em Naseby em 1645, refugiou-se na Escócia, mas os escoceses o entregaram ao parlamento em 1647. Detido, ele pôde, de início, gozar de certa liberdade, mas se recusou obstinadamente a negociar politicamente. Julgado em Westminster em 1649, recusou-se a reconhecer o tribunal, dizendo que “um rei não tem juízes na terra”. Condenado à morte, enfrentou-a corajosamente em Whitehall. Com sua morte, a monarquia foi abolida e uma república foi declarada. Em 1660, a monarquia seria restaurada com seu filho Carlos II.