01/10/2015 — Os herdeiros da Família Orleans, descendentes do rei francês Luís XIII, venderam alguns tesouros de família por um total de 6,2 milhões de euros (R$ 27,4 milhões, aproximadamente), informou a casa de leilões Sotheby's. Um quadro do Louis Carmontelle, intitulado “Os Cavalheiros do Duque de Orleans”, foi arrematado por 531 mil euros (cerca de R$ 2,3 milhões). Foi a peça de maior valor do leilão. Os herdeiros do famoso rei estavam em litígio judicial desde a morte do patriarca — Henrique de Órleans, Conde de Paris —, em 1999. Depois de longas batalhas, a justiça determinou o leilão dos bens para possibilitar a partilha entre os dez herdeiros restantes.
LOUIS DE BOURBON E ORLEANS nasceu no dia 27 de setembro de 1601, na localidade de Fontainebleau. Morreu no dia 14 de maio de 1643, na localidade de Saint-Germain-in-en-Laye. Era o filho mais velho do rei Henrique IV e da Maria de Médici. A mãe assumiu a regência do reino após o assassinato do marido em 1610. Em 1614, foi-lhe declarada a maioridade, mas não lhe foi permitido participar do governo. Delfim do Viennois desde 1601 a 1614, cresceu com seus irmãos e irmãs no Palácio de Saint-Germain-en-Laye.
Foi criado ao lado dos filhos bastardos de seu pai e não saiu de Saint-Germain-en-Laye até 1609, quando partiu para viver no Louvre ao lado do pai para aprender sobre seu futuro cargo de rei. Recebeu uma educação superficial por parte do seu preceptor, Gilles de Souvré. Pouco interessado em latim e em letras, preferia a caça e a música. Foi também o décimo chefe, soberano grão-mestre da Ordem de São Miguel e terceiro chefe soberano grão-mestre da Ordem Milícia do Bendito Espírito Santo. Em 1624, iniciou-se o período de colaboração entre ele e Armand Jean du Plessis, o cardeal Richelieu, que passou a dar as cartas no reino.
A partir da sua ascensão, o poder do cardeal diminuiu e passou ele próprio a comandar a política administrativa da França. Seu reinado concentrou-se na projeção externa do país, através de feitos militares. Em 1615, casou-se com Ana da Áustria, mas o primeiro herdeiro só nasceria depois de 23 anos. Essa ameaça à continuidade do trono favoreceu as empresas da nobreza, que via em seu irmão, Gastão de Orleans, o futuro rei. Assim, ameaçado pelo irmão, não sentindo nenhuma simpatia humana pelo cardeal Richelieu e abertamente combatido em sua política pela esposa, de quem viria a se separar, viu-se traído. Mas a monarquia seria finalmente consolidada com o nascimento de Louis Dieudonné, o futuro Luís XIV. Chamado de “o justo”, seu reinado foi marcado por lutas religiosas ocasionais entre os católicos e os protestantes ou huguenotes, assim como pela luta contra a Casa de Halsburgo.