19/02/2015 — A presidente argentina Cristina Kirchner está completando 61 anos. As comemorações se dão em meio à maior crise política enfrentada pelo seu governo, desde que assumiu o primeiro mandato em 2007. De temperamento polêmico, ela já vinha colecionando crises na área econômica. O inferno astral chegou de vez com o assassinato do promotor de justiça Alberto Nismann, que investigava a posição do governo argentino acerca do atentado contra uma organização judaica em Buenos Aires, ocorrido em 1994, e que deixou 85 mortos e 300 feridos. O promotor teria descoberto um acordo dela com o governo iraniano para encobrir a ação dos terroristas. Por isso, ele começou a ser perseguido pelo serviço secreto do país. O novo promotor do caso, Gerardo Pollicita, deu entrada com uma acusação na justiça contra a presidente no dia 13/02/2015.
Cristina
Kirchner
CRISTINA ELISABET FERNÁNDEZ DE KIRCHNER nasceu no dia 19 de fevereiro de 1953, na cidade de La Plata, capital da Província de Buenos Aires. Advogada e esposa do ex-presidente Néstor Kirchner, fez a educação primária e secundária na sua cidade natal. Concluiu os estudos superiores na Universidade Nacional de La Plata. Ao casar-se, mudou-se com o marido para a Província de Santa Cruz, onde passou a advogar e militar politicamente. Adepta do peronismo, elegeu-se senadora pelas províncias de Santa Cruz e depois Buenos Aires. No período de 2003 a 2007, foi a primeira dama do país. Com o fim do mandato do marido, candidatou-se à presidência e venceu as eleições naquele ano.
No início de 2010 atropelou a legislação ao determinar a demissão do presidente do Banco Central. O órgão foi contrário à sua decisão de utilizar 6,5 bilhões de dólares de reservas para amortizar parte da dívida externa. Em 2011, foi reeleita com uma vitória folgada ainda no primeiro turno, com mais de 54% dos votos, a maior vitória eleitoral desde 1983. A vitória se deu, segundo analistas, devido ao crescimento econômico, à redução da pobreza, à criação de programas de seguridade social e à criação de milhões de postos no mercado de trabalho. Entretanto, a partir de 2012, esses indicadores sociais se mostraram fictícios. A questão econômica a indispôs também com o Fundo Monetário Internacional. Esse segundo mandato está sendo marcado pela perseguição aos meios de comunicação independentes, em especial ao jornal O Clarín.