julio-cesar roma1Júlio César

CAIO JÚLIO CÉSAR nasceu no dia 13 de julho de 100 a.C. e morreu no dia 15 de março de 44 a.C., na cidade de Roma.mDe família nobre, era sobrinho do Caio Mário, que reorganizou o partido popular e, como cônsul, modificou a organização do exército romano. Durante a juventude, foi perseguido pelo Lúcio Cornélio Sila, general inimigo do seu tio e partidário da nobreza senatorial. Viu-se, então, obrigado a fugir para a Ásia, onde se hospedou na corte de Nicomedes, rei da Bitínia (moderna Turquia Asiática). Com a renúncia de Sila, voltou imediatamente para Roma, aliando-se ao partido popular.

A situação, porém, não favorecia a carreira política dele. Por isso, partiu novamente para o Oriente. Retornaria em 73 a.C. quando elegeu-se para o colégio sacerdotal com o apoio do seu partido e de alguns membros da grupo aristocrata. Eleito edil curul (encarregado da cidade) em 65 a.C., dois anos depois a plebe o elegeu pontífice máximo. É nesse mesmo ano que estouraria a conspiração de Lúcio Sérgio Catilina, na qual não teve participação direta, embora a revolta defendesse objetivo idêntico ao seu: a destruição do poder do Senado. Em 61 a.C., assumiu o cargo de pretor (magistrado encarregado da administração da justiça) na Espanha Ulterior e se aproveitou da autoridade para aumentar o poderio militar.

Numa hábil manobra, prenunciou o grande chefe político: provocou um combate, cuja vitória lhe daria o prestígio bélico necessário para rivalizar com Cneu Pompeu. Ordenou aos habitantes das montanhas para que se transferissem para as planícies. Como eles se recusaram, atacou-os, promovendo verdadeira carnificina. De volta a Roma, com o apoio da plebe, exigiu participação no governo. Juntamente com Marco Licínio Crasso, formou o primeiro triunvirato em 59 a.C., com uma perfeita divisão de área de influência. No mesmo ano, conseguiu ser eleito cônsul, abrindo-se o caminho para o posto de procônsul (governador de província). Após várias manobras políticas, passou a exercer esse cargo, com a aprovação dos senadores, nas Gálias Cisalpina e Narbonense (atual França), onde deveria ficar excepcionalmente por cinco anos.

Ali permaneceria, contudo, por nove anos, e começaria a etapa decisiva dacarreira política, adquirindo a glória militar que almejava e o dinheiro suficiente para pagar as dívidas e consolidar o poder. A primeira campanha militar transcorreu em 58 a.C. contra os helvéticos, povo que desejava se estabelecer numa região mais fértil, no sudoeste da Gália. Para tanto, pretendia atravessar o território da Gália Transalpina com um contingente de cem mil homens. Com apenas uma legião, já que o grosso dos seus efetivos encontrava-se na Itália, ele conseguiu habilmente a vitória. Seguiram-se outros êxitos: derrotou os germanos, os belgas, os nérvios e diversos outros povos. Depois disso, sua atenção se voltou para a Bretanha, cujos habitantes acolhiam os gauleses e estimulavam seu ódio aos romanos invasores. Apesar de conseguido invadir a Bretanha por mar, não pôde aproveitar esse triunfo inicial, pois carecia de legiões para o combate em terra. Somente em 52 a.C. conseguiu vencer os bretões.

julio-cesar romaNos dois anos seguintes, envolveu-se na disputa final pela posse da Gália. A batalha decisiva se iniciou em 52 a.C., quando o jovem nobre Vercingetórix conseguiu reunir sob uma só bandeira as tribos gaulesas. Percebendo que se aproximava a grande prova de força, organizou rapidamente a sua defesa e, depois de algumas batalhas, conseguiu submeter o inimigo. A Gália ficou totalmente sob o domínio romano. Também em Roma os acontecimentos lhe eram favoráveis: com a morte de Crasso, rompia-se o equilíbrio do triunvirato, começando a disputa aberta pelo poder com Pompeu. O partido senatorial persuadiu Pompeu a se declarar publicamente contra o vencedor das Gálias. Sentindo-se apoiado, o Senado o manda depor as armas, sob pena de interdição.

Ele não atendeu à ordem senatorial e aceitou o desafio. Em 11 de janeiro de 49 a.C., à frente de suas legiões, proclama: “alea jacta est” (“a sorte está lançada”). Lança-se em seguida à travessia do Rubicão (regato que delimitava a fronteira romana) e entra na Itália, contrariando as leis romanas. Ocupando cidade após cidade, aproximou-se de Roma. Pompeu fugiu para Brindisi, partindo a seguir para a Grécia, sem que seja alcançado. Decidiu, então, ir para a Espanha, onde obteve a submissão do exército de seu rival. Depois de ter sido eleito cônsul, derrotou o próprio Pompeu na Grécia, batendo-o na Planície de Farsália. A seguir, foi para o Egito, onde se envolveu na luta sucessória local, tomando o partido de Cleópatra. Em junho de 47 a.C. chegou à Ásia, onde obteve rápida vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, sobre a qual escreveu a famosa frase “vim, vi e venci”.

No mesmo ano regressou a RomaDurante a sua ausência, Marco Antônio assumira em seu nome o governo, mas vários problemas o aguardavam. Um deles era a ameaça dos veteranos, furiosos por ainda não terem recebido as recompensas prometidas por suas campanhas militares. Conseguiu controlar a situação, mas pouco depois foi obrigado a voltar à África, onde os partidários de Pompeu organizavam um exército de trinta e cinco mil homens para ataca-lo. Mais uma vez venceu. Sua volta a Roma foi marcada por honras jamais concedidas pelo Senado: celebraram-se cerimônias em comemoração às suas vitórias, distribuíram-se presentes para os veteranos, foram feitos espetáculos teatrais e organizados combates de feras e gladiadores. Já não tinha rivais. O ápice foi a nomeação de ditador pelo Senado para o período de dez anos.

Nesse período, dividiu terras entre os soldados, moralizou a arrecadação de impostos e determinou que pelo menos um terço dos trabalhadores agrícolas fosse constituído por homens livres. Nem tudo, porém, era tranquilidade. Fomentada pela aristocracia, crescia a hostilidade contra o seu nome, pois ele diminuíra o poder e a influência da elite. Os aristocratas acusavam-no de antirrepublicano, de aspirante a rei, apesar do regime instaurado naquela altura uma maior democratização do poder. Os aristocratas só viam uma saída: matá-lo. O principal líder da conspiração foi Caio Cássio, um partidário de Pompeu que tinha sido perdoado. Também participava do plano, entre os sessenta homens envolvidos, Marco Bruto, um dos seus favoritos.

O ditador acabou sendo assassinado em pleno Senado, ao lado da estátua de Pompeu, em 15 de março de 44 a.C. Os senadores fugiram e a população se amotinou. Os seus partidários Marco Antônio e Marco Emílio Lépido resolveram entrar num acordo com os seus inimigos. Os assassinos seriam anistiados, contanto que as leis cesárias fossem mantidas. Logo depois, as duas facções se separaram. Marco Antônio, Lépido e um jovem sobrinho do ditador, Caio Júlio César Otaviano, formaram o segundo triunvirato. Depois, lutaram entre si, enquanto o Senado obedecia ora um ora a outro. A vitória final coube a Otaviano em 27 a.C., que se tornou o primeiro imperador de Roma. A república, que já mostrara sua fragilidade nos tempos do seu tio, foi definitivamente abolida. A partir daí, Roma viveria o tempo dos imperadores.


 

 

 

 



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