MARCUS JUNIUS BRUTUS nasceu em dia e mês desconhecidos do ano de 85 a. C., na cidade de Roma. Morreu em dia e mês desconhecidos do ano de 42 a.C., na cidade de Filipos, Macedônia. Pertencia a uma das famílias mais antigas da cidade. Apoiou o Cneu Pompeu na guerra travada contra o Júlio César, participando ativamente da Batalha de Farsala, em 48 a. C. Depois, foi perdoado pelo vitorioso César, a pedido da mãe Servília Cepião, amante do futuro ditador. Alguns historiadores afirmam, incusive, que ele era filho do César. Este, além de perdoá-lo, cumulou-o de favores, nomeando-o, em 46 a.C., pretor da Gália Cisalpina e pretor urbano de Roma, em 44 a.C. Júlio César ainda lhe teria prometido o governo da Macedônia.
Entretanto, instigado pelo Caio Cássio Longino, liderou a conspiração contra o Júlio César, sendo, mesmo, um dos assassinos do ditador. Logo após o fato, foi perseguido pelo general Marco Antônio, chefe do exércio juliano, sendo obrigado a se refugiar na Macedônia. Derrotado na Batalha de Filipos, em 42 a.C., suicidou-se. Antes de todos esses fatos, foi amigo do tribuno Marco Túlio Cícero, o qual lhe dedicou vários escritos. Mas havia desacordo entre eles, por causa da sua falta de entusiasmo. A sua figura foi muito controvertida. Embora republicano honesto e idealista estóico, não exitou em participar do assassinato do seu benfeitor, talvez por ambição. Paralelamente à política, dedicou-se à literatura, escrevendo tratados filosóficos e poesia. Desse trabalho, só chegou à posteridade parte da correspondência mantida com o Cícero.
Perfeição Oratória
Em 46 a.C, Cícero escreveu o livro “Brutus e a Perfeição Oratória”, em homenagem ao amigo. É um tratado de retórica exposto em forma de diálogo. Como dialogantes o próprio autor Cícero, que faz a exposição, e seus dois amigos Bruto e Ático, aos quais cabem a réplica e a provocação de comentários. Apresenta-se um panorama da oratória e de seu papel entre os antigos gregos e romanos. Expõe-se mais extensamente a eloquência em Roma, desde as origens, com Catão, o Antigo. Um dos dialogantes, Bruto, a quem o livro é dedicado, apoia a tese ciceroniana de ser a mais difícil de todas as artes a arte da palavra, por exigir qualidades naturais de corpo e mente, prática, educação literária, filosófica, jurídica e conhecimentos gerais.