ANSELMO DA CANTUÁRIA nasceu em dia e mês incertos do ano de 1033, na cidade de Aosta, Itália. Morreu no dia 21 de abril de 1109, na cidade de Cantuária, Kent, Inglaterra.
Filho de um nobre lombardo, estudou no Mosteiro de Saint-Marie du Bec-Hellowin, na Normandia, do qual veio depois a ser prior. Da sua permanência nesse mosteiro resultaram as suas principais obras: Monólogo, Da Verdade, Do Livre Arbítrio e Proslogium. Após a conquista da Inglaterra pelos normandos, foi nomeado arcebispo da Cantuária por Guilherme Barbarroxa, em 1093. Relutou em aceitar a indicação. Seu desentendimento com o rei atingiu o clímax quando ele quis ir a Roma para ser consagrado pelo papa Urbano II.
Recusado o seu projeto, preferiu abandonar a Inglaterra em 1097. Três anos depois, com a morte de Barbarroxa, foi chamado de volta. Mas o novo rei — Henrique I — exigiu dele a consagração de bispos investidos de poder civil. Assim, exilou-se de novo. Só retornou ao solo inglês em 1106, após acordos entre o papa Pascoal II e o rei. Sua obra é uma das melhores expressões da chamada “teologia monástica” da Idade Média. Seguindo a tradição de Santo Agostinho, afirmou a primazia da fé sobre a inteligência. Propôs, porém, uma junção das duas na identidade entre o amor e o conhecimento. Para ele, a alma humana era imortal. As criaturas seriam felizes e infelizes eternamente. Mas nenhuma alma é privada do bem do ser supremo, devendo buscá-lo, através da fé. Foi canonizado em 1720 pelo papa Clemente XI.