judeu-errante1Aasvero

AASVERO é o nome dado ao personagem judeu errante, que faz parte da tradição oral cristã. Segundo a lenda, ele era contemporâneo do Jesus Cristo. Trabalhava num curtume ou numa oficina de sapatos numa das ruas de Jerusálem, por onde passavam os condenados à morte por crucificação, os quais carregavam as cruzes nas quais seriam pregados. Na sexta-feira da paixão, passando por aquele caminho, com a cruz nas costas, o Jesus teria sido importunado pelo homem, com agressões verbais. O Cristo, então, teria lhe jogado uma maldição, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer.

Ele só poderia morrer na volta prevista do Jesus Cristo, nos fins dos tempos. São variadas as versões da lenda. Entretanto, em todas elas o homem aparece ironizando o Jesus Cristo. O assunto, então, se espalhou. No primeiro conto sobre o caso, diz-se que, no século IV, o judeu errante foi visto na cidade de Constantinopla, participando do Concílio de Niceia. Suas declarações teriam feito a imaginação do povo crescer, ao dizer que, ainda em Jerusalém, ainda havia uma testemunha viva do martírio do Jesus Cristo, deixando entrever que tal testemunha seria ele próprio. Nos primeiros tempos do islamismo, houve também o boato de que ele esteve entre os conquistadores da Síria. Séculos mais tarde, o boato surgiu na Península Ibérica (Espanha) e chamava pelo nome de Juan Esperendios.

judeu-errante1Na Itália medieval, o personagem teria sido conhecido pelo nome de Giovanni Buttadeo. Na Alemanha, no século XVI, um bispo teria dito que vira, pessoalmente, o tal judeu errante, tendo publicado, mais tarde, o diálogo que o mesmo tivera com o Jesus Cristo. No Brasil, algumas histórias populares afirmam que o judeu errante teria imigrado para o Estado de Pernambuco, no tempo do domínio holandês. Ficou incógnito por muito tempo. Teria sido visto pela última vez no norte de Minas Gerais, chorando sangue diante duma igreja num dia de sexta-feira da paixão. A lenda rendeu um livro para o poeta austríaco Robert Hamerling e para o brasileiro Manoel Pereira Sobrinho.  Também foi levada ao cinema em duas oportunidades: em 1926, com o ator André Marnay, e, em 1933, com o ator Conrad Veidt.


 

 



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