Inferno
INFERNO era o reino do deus Hades e sua esposa Perséfone. Constituíam um lugar para onde se dirigiam e permaneciam as almas após a morte. Segundo uma versão, localizava-se nas longínquas regiões do Ocidente numa ilha do oceano habitada pelos cimérios. Na ilha, a noite imperava permanentemente. Na tradição mais corrente, o mundo infernal estava situado no interior da terra. Era banhado por cinco rios: Aqueronte, Cocito, Estige, Flegetonte e Lete. Para atingirem o inferno, as almas tinham de atravessar o Aqueronte na barca do Caronte.
Na outra margem do rio, as almas deparavam-se com o bosque da Perséfone, local povoado por álamos e salgueiros. Depois de percorrerem o bosque, as almas alcançavam a porta do reino infernal, cuja guarda estava confiada ao cão Cérbero. Eram então submetidas ao julgamento do deus Hades e os assessores dele: Éaco, Minos e Radamanto. De acordo com suas faltas e méritos, as almas recebiam a sentença: ou eram lançadas no Tártaro ou eram destinadas aos Campos Elísios e à Ilha dos Bem-Aventurados. O Tártaro, local fechado com portas de bronze, era o cárcere dos que haviam cometido grandes crimes, especialmente contra os deuses.
O Tártaro ainda era cercado de uma muralha tríplice. Ao lado dessa muralha corriam as águas do Rio Flegetonte. Entre os condenados estavam os Gigantes, seres vencidos na guerra empreendida contra o deus supremo Zeus. Também estavam lá a Sísifo e o Tântalo. A primeira se recusou a acertar a morte. O Tântalo quando em vida desafiara abertamente o poder dos deuses. Os Campos Elísios eram o lugar para onde eram dirigidas as almas dos justos. A Ilha dos Bem-Aventurados estava reservada para certos heróis privilegiados, como por exemplo o Aquiles. No Reino Infernal, o Hades e a Perséfone eram auxiliados por uma série de divindades, com destaque para a Hécate, as Fúrias, as Parcas, as Hárpias, a Morte, o Sono e as Górgonas.