HARMONIA personificava a paz e a concórdia. Era filha do deus da guerra Ares com a deusa do amor Afrodite. Casou-se com o Cadmo, fundador da cidade de Tebas. À festa do casamento comparecerem todos os deuses do Monte Olimpo. Dos numerosos presentes que o casal recebeu, celebrizaram-se um manto e um colar. O primeiro foi oferecido pela deusa da sabedoria Atená. Segundo diferentes tradições, o manto teria sido confeccionado pelas Graças ou pela própria deusa.
O colar, por sua vez, constituía uma obra do deus do fogo Hefesto. Uma maldição, porém, estava ligada a esses objetos. Segundo alguns autores, as divindades que os ofertaram impregnaram-nos de um filtro que envenenou a descendência da Harmonia. Desta maneira, quiseram punir a jovem, filha da união adúltera do Ares com a Afrodite. Todos os que possuíam o manto e o colar ou ligaram-se a quem os conservava tiveram fim trágico. Todos os filhos da Harmonia — Agave, Autônoe, Ilírio, Ino e Sêmele — conheceram os maiores infortúnios.
Erífila
Quando Polinice foi expulso de Tebas pelo irmão Etéocles, levou o colar e a roupa da Harmonia para a cidade de Argos. Polinice, por sugestão do Iphis, filho do Alector, usou o colar para subornar a Erífila, esposa do Anfiarau, para conseguir que ela convencesse o marido a participar da expedição contra Tebas (os Sete Contra Tebas). Anfiarau, forçado a ir para à guerra, comandou os filhos a matarem a própria mãe. Segundo o autor Pausânias, a partir de então o colar passou a se chamar “Colar da Erífila”. De acordo com outros relatos, o colar ainda teria sido visto nas cidades de Psophis, Delfos e Fócida.