Ino
INO era filha do Cadmo, o rei da Fenícia, com a Harmonia. Esposou o Atamante, o rei da Beócia. Com ele teve o Learco e o Melicerta. Quando se casou, o rei já tinha os filhos Frixo e Hebe. Com ciúmes dis enteados, a madrasta engendrou um plano para eliminá-los. Persuadiu as mulheres do reino a torrarem os grãos de trigo, de modo que, quando os homens os semeassem, as sementes não germinariam. Ante esse aparente prodígio, o rei resolveu consultar o oráculo de Delfos. A Ino, contudo, subornou os mensageiros para que eles declarassem que oráculo havia recomendado o sacrifício do Frixo e da Hebe. Graças ao deus marinho Crisómalos, filho do Poseidon, os dois jovens foram salvos.
Segundo outra versão, um dos mensageiros subornados pela Ino teria se apiedado e revelado ao rei todo o estratagema. O Atamante, cheio de cólera, substituiu as vítimas do sacrifício pela própria Ino e o filho Melicerta. Eles já se encaminhavam para o altar quando o deus do vinho Dioniso, de quem a Ino fora nutriz, enviou uma nuvem que os tornou invisíveis. Isso lhes permitiu escapar da morte. Numa variante da lenda, a Ino e o Atamante teriam sido enlouquecidos pela deusa Hera como punição por terem cuidado do Dioniso quando ele era criança. Assim, o rei assassinou o filho Learco. A rainha, após matar o Melicerta, jogou-se ao mar com o corpo do filho. O deus Poseidon transformou a Ino numa nereida e o filho dela no pequeno deus Palêmon.
Referência
ORÁCULO — Palavra de múltiplo sentido. Indica fundamentalmente a resposta da divindade a uma consulta formulada. Essa resposta era dada pela boca de um sacerdote, da pitonisa ou da sibila. Além disso, designava também os santuários aos quais acorriam os devotos para as consultas. A busca do oráculo constituía uma prova de submissão do mortal aos desígnios divinos. Conhecendo a vontade dos deuses, os homens tomavam as decisões em função dela. Na Grécia, diversas cidades eram famosas por seus oráculos. Mas o mais importante era o oráculo de Delfos, cuja sibila externava as vontades do deus Apolo.