História
21/03/2021 — Está fazendo muito sucesso no Reino Unido e nos Estados Unidos a obra “O Louco Imperador de Roma”. Trata-se da mais nova biografia do imperador Calígula. Muitos livros já foram escritos sobre essa figura histórica. Todos os textos até agora colocaram o imperador na cadeira de louco, que levava terror onde quer que passava. Ele teria tido, inclusive, um caso incestuoso com a irmã Drusila. No livro de agora, o historiador australiano Stphen Dando-Collins resgata um pouco a história verdadeira do Calígula. Com base em documentos, chegou à conclusão que algumas histórias já contadas são apenas lendas, entre as quais aquela indicando que o imperador teria nomeado o próprio cavalo para o senado. A loucura também, por exemplo, seria resultado de uma doença que teria afetado a saúde mental dele.
Calígula
CAIO JÚLIO CÉSAR AUGUSTO GERMÂNICO nasceu no dia 31 de agosto do ano 12, na localidade de Ânzio. Morreu no dia 24 de janeiro do ano 41, na cidade de Roma. Era filho do general Júlio César Germânico e sobrinho-neto do imperador Tibério. Recebeu o apelido de “Calígula” devido às cáligas (coturnos militares) que usava, imitando os soldados da Germânia, onde passou os primeiros anos. No ano 33, investiu-se da toga viril e nomeado questor, cargo administrativo, considerado o primeiro passo na hierarquia política do Império Romano. Nesse mesmo ano, casou-se com a Júlia Cláudia.
Com a morte de Tibério, no ano 37, coube ao senado decidir a sucessão entre ele e Tibério Gemel, neto do imperador. Escolhido, mostrou-se generoso para com os pobres e reconstituiu uma aparência de democracia, ao devolver os poderes da assembleia. Sua brusca e inesperada transformação se deveu provavelmente a alguma moléstia que lhe perturbava o cérebro. Começou a sentir terrores noturnos, sobretudo por ocasião de tempestades, e corria pelo palácio pedindo socorro. Impressionado com a civilização egípcia, quis introduzir os costumes daquele país em Roma. Pretendeu que os senadores lhe beijassem os pés, como a um deus, e impôs-lhes a eleição do seu cavalo Incitatus como cônsul.
Tomou as irmãs como amantes, chegando mesmo a desposar uma delas, Drusila. Repudiou-a depois para se casar com Orestila, não se detendo senão na quarta mulher, Gesônia. Introduziu a obrigatoriedade de adoração ao imperador, provocando rebeliões entre os judeus da Palestina e de Alexandria. Duas conspirações contra a sua vida foram descobertas. A terceira, chefiada Cássio Quéreas, tribuno da guarda pretoriana, conseguiu o seu intento. Pegos de surpresa, os militares de sua guarda pessoal aclamaram o seu tio — Tibério Cláudio — como novo imperador. Sua vida foi retratada em várias obras cinematográficas, com destaque para o filme realizado em 1979 pelo diretor italiano Tinto Brass, com o ator Malcolm McDowell como protagonista.