Filho do Cíniras e da Mirra. Ao nascer, era tão belo que Afrodite (Vênus para os romanos), deusa da beleza e do amor, o recolheu. Mas, não podendo criá-lo, entregou-o aos cuidados de Prosérpina. Esta se apegou ao garoto e não quis devolvê-lo à deusa. A questão entre as duas foi arbitrada pela musa Calíope, que, em nome de Zeus (Júpiter para os romanos), decidiu que Adônis viveria um terço do ano com a deusa, um terço com a mãe adotiva e um terço ficaria livre.
A paixão de Afrodite pelo belo jovem levou Ares (Marte para os romanos), deus da guerra, amante da deusa, a se vingar, incutindo em Adônis o amor pela caça, o que o fez procurar o perigo. Numa caçada, foi mortalmente ferido por um javali. Ao vê-lo agonizante, Afrodite tentou reanimá-lo. Em vão. Por fim, recolheu algumas gotas de sangue do amado e delas fez nascer a anêmona, a primeira flor da primavera. Em sua honra, foram instituídas as Festas Adônias.
Seu culto espalhou-se pelo mundo mediterrâneo na época helenística. Uma vertente liga o aparecimento das rosas vermelhas como símbolo da paixão ao sangue de Adônis. Diz a lenda que numa ocasião, ele e Afrodite corriam por entre um roseiral branco, quando ele tropeçou, caiu e se feriu num espinho da rosa branca. Afrodite pulou sobre ele e fizeram amor por entre o sangue que saía do ferimento. No clímax dos dois, as gotas de sangue que caíram sobre as rosas brancas as fez imediatamente vermelhas. Por isso é que as rosas vermelhas passaram desde então a representar a paixão entre os casais enamorados.
Referências
CÍNIRAS — Filho de Apolo, deus do Sol, com uma ninfa da região de Pafo. Originário de Biblos, ao norte da Síria, foi para a ilha de Chipre, onde se tornou rei. Deu particular importância ao culto de Afrodite, a deusa da beleza e do amor, de quem era sacerdote. Foi um dos grandes civilizadores do seu reino. Introduziu as artes agrícolas, musicais e domésticas. Descobriu as minas de cobre que fizeram a riqueza da ilha. Convidado pelos gregos para participar da Guerra de Troia, limitou-se a dar-lhes um barco. Exilou-se quando, involuntariamente, cometeu incesto com sua filha Mirra, dando origem a Adonis.
CALÍOPE — Filha de Zeus (Júpiter para os romanos) e Mnemósine. Musa da eloqüência e da poesia épica, é a ela que os poetas se dirigem buscando inspiração. O ar majestoso, a cabeça cingida por uma coroa de ouro indicam sua supremacia sobre as demais musas. Tem nas mãos um estilete e, às vezes, uma trombeta. Segundo algumas vertentes, é mãe de Orfeu.