AFRODITE é a deusa da beleza e do amor, cujo nome latino é Venus. É uma das doze divindades olímpicas. Segundo uma versão, era filha de Zeus (Júpiter para os romanos) e de Dione, deusa da primeira geração. Na tradição mais frequente, nasceu da espuma formada sobre o mar pelos testículos (ou pelo sêmen) do Urano (Céu para os romanos), mutilado pelo Cronos (Saturno para os romanos). Logo após o seu nascimento, a deusa foi levada pelos ventos para a Ilha de Citera, ao sul do Peloponeso, e, depois, para Chipre.
Ali, as Horas a acolheram, adornaram-na com belas vestes e a conduziram para o Monte Olimpo. De origem asiática, seu culto foi introduzido na Grécia por marinheiros e mercadores. Primitivamente, era a divindade do instinto natural da fecundação e da geração. Personificava o elemento úmido, princípio da fertilidade da natureza. Sua ação abrangia os deuses, os homens e todas as criaturas do mundo vegetal e animal. Mais tarde, passou a ser considerada a deusa do amor. Inicialmente, protegia apenas as formas mais nobres desse sentimento.
Com a evolução do mito, acabou personificando o amor em seus inúmeros aspectos. Sob essa ótica, favorecia os matrimônios e, como tal, era invocada pelas donzelas e pelas viúvas. Embora fosse cultuada principalmente como deusa do amor, adquiriu também outras facetas. Os espartanos a veneravam como divindade guerreira. Noutra parte da Grécia, era protetora dos marinheiros. Com a mesma atribuição, recebeu em vários lugares o epíteto eu “Euploia” (favorável à navegação). Mais tarde, em Roma, simbolizou originalmente a primavera, absorvendo a tutela dos campos e dos jardins. Na mitologia grega, esposou Hefesto (Vulcano para os romanos), o deus do fogo. Entretanto, traiu o marido com Ares (Marte para os romanos), o deus da guerra, com quem teve Deimos, Fobos, Cupido e Harmonia.
De acordo como mito, Hefesto preparou uma armadilha para ela e Ares. Confeccionou uma rede de ouro, invisível e inquebrável, e, com ela, prendeu os dois amantes, adormecidos no leito. O ferreiro divino chamou, então, todas as divindades do Monte Olimpo para testemunharem a traição. A pedido de Poseidon (Netuno para os romanos), consentiu em libertar o casal. Envergonhada pela zombaria de que se tornou alvo, retirou-se para a Ilha de Chipre. Ao saber que Ares havia se unido à deusa Aurora, inspirou a esta grandes tristezas. Depois, apaixonada pelo Adônis, disputou-o com Perséfone (Prosérpina para os romanos). Após a morte do jovem, transformou seu sangue em anêmona (família de plantas).
Todos anos, ao desabrochar a flor dessas plantas, no início da primavera, tirava o luto que guardara durante o outono e o inverno. Entre os seus amores, destaca-se ainda o mortal Anquises, com quem teve Eneias, o herói da guerra de Troia. Também se relacionou com Dioniso (Baco para os romanos), o deus do vinho, que lhe deu Príapo. Além disso, seduziu Hermes (Mercúrio para os romanos), o deus mensageiro, com quem teve Hermafrodito. Numa disputa de beleza que travou com Atena (Minerva para os romanos) e com Hera (Juno para os romanos), foi escolhida pelo príncipe troiano Páris, a quem recompensou com o amor de Helena, a rainha de Esparta. Esse fato ocasionou a famosa entre os gregos e os troianos.