Filho do Oceano e da Tétis ou, segundo outra versão, do Sol e da Terra. É o deus do Rio Aquelôo, hoje Aspropótamo, o maior rio da Grécia, limite entre a Etólia e a Acarnânia. Com Héracles (Hércules para os romanos), disputou a Dejanira, filha do rei de Calidão. Vencido num primeiro combate, metamorfoseou-se em serpente e voltou a atacar o herói, sendo outra vez derrotado.
Transformou-se, então, em touro. Novamente, Héracles o venceu e arrancou um dos seus chifres. Rendeu-se assim, desistindo de esposar a Dejanira, mas reclamou o chifre. Em troca, deu a Heracles o corno da cabra de Almateia, que as Náiades encheram de flores e frutos e ofereceram à deusa Abundância. Quatro ninfas, fazendo sacrifícios no seu leito, esqueceram-se de mencioná-lo entre os deuses. Encolerizado, transformou as ninfas em ilhas: as Equinades. Dos diversos amores que lhe são atribuídos, destaca-se a Melpômene, com quem teve as Aqueloias.
Referências
CALIDÃO — Cidade da Etólia, ao norte do golfo de Corinto. Foi governada por uma série de reis legendários, dentre os quais se destacam Eneu e Diomedes. No reinado de Eneu, surgiu um monstruoso javali que devastava a região, matando animais e aterrorizando a população. Esse javali teria sido enviado por Afrodite (Vênus para os romanos) por vingança contra o rei, uma vez que ele deixara de fazer sacrifícios em sua honra. Meléagro, filho de Eneu, conseguiu abater o javali.
ALMATEIA — Ninfa, filha de Melisso, rei de Creta. Recolheu Zeus (Júpiter para os romanos) quando Cibele o poupou da voracidade de Cronos (Saturno para os romanos) e o alimentou com leite da cabra Aix. Em outra versão, ela é a própria cabra que amamentou o rei dos deuses. Quando este cresceu, quebrou um dos chifres do animal e o ofereceu às ninfas do monte Ida, prometendo-lhes que ele sempre se encheria daquilo que elas quisessem.
NÁIADES — Ninfas do elemento líquido. Filhas de Zeus (Júpiter para os romanos), eram objeto do desejo de deuses e mortais. Defendiam-se ardorosamente de seus apaixonados, chegando mesmo a acometê-los de loucura. Também costumavam castigar com severidade aqueles que ousavam se banhar nas fontes que lhes eram consagradas. Assim, por exemplo, Néron, banhando-se na fonte Márcia, foi tomado de paralisia e febre que duraram dias. Entretanto, elas curavam os que buscavam o fim de algum mal se utilizando de certas fontes ou rios para beber ou tomar banho.
ABUNDÂNCIA — Divindade alegórica representada como uma bela mulher coroada de flores, segurando, na mão direita, a cornucópia e, na esquerda, algumas espigas.
MELPÔMENE — Uma das musas, presidia o canto, a harmonia musical e a tragédia, Uniu-se ao deus Aquelôo e teve as sereias. Fazia parte do cortejo de Dioniso (Baco para os romanos). É representada ricamente vestida e calçada de coturnos, símbolo da tragédia. Portava cetro, coroa, punhal e máscaras trágicas.