Alectrião
ALECTRIÃO, na Mitologia Grega, era o guardião dos amores do deus da guerra Ares (Marte para os romanos) e da deusa do amor Afrodite (Vênus para os romanos). Tinha, por incumbência, despertar o casal antes do nascer do Hélius (Sol para os romanos). Um dia, porém, dormiu no seu posto. Sem vigia, o Hélius surpreendeu os amantes e avisou o deus Hefesto, marido da deusa. Louco de ciúme, o deus do fogo aprisionou o casal numa rede confeccionada com finíssimos fios de ouro. Em seguida, chamou os demais deuses para testemunharem a infidelidade da esposa. Depois de muita discussão, o Zeus convenceu o Hefesto a liberar os amantes. Livre e enfurecido, o Ares transformou o guardião em galo, com a função de anunciar todos os dias o despontar do sol.
Referências
ARES — Deus da guerra, uma das divindades do Monte Olimpo, filho do Zeus e da Hera.
AFRODITE — Deusa do amor e da beleza, uma das divindades do Monte Olimpo, filha do Zeus e da Dione.
HÉLIUS — Personificação do astro diurno, filho do titã Hipérion e da titânia Teia.
HEFESTO — Deus do fogo, uma das divindades do Monte Olimpo, filho do Zeus e da Hera.
O Galo Na Mitologia Cristã
Na simbologia cristã, o Galo é a nova luz. A Missa do Galo, também conhecida por Missa da Meia-Noite, é a missa da luz. Esta celebração é claramente inspirada nos cultos antigos, nomeadamente celtas, em que se escolhia o Solstício do Inverno (22/23 de dezembro) para prestar culto ao deus Sol. O Cristianismo substituiu essa tradição pela festa cristã do nascimento do Cristo, o verdadeiro Deus-Sol que vence as trevas. Esta celebração foi instituída no Século VI pelos católicos romanos e não pelo São Francisco de Assis (Século XIII), como se lê muitas vezes.
Nos países latinos, a tradição popular adotou o nome desta missa da meia-noite como “Missa do Galo”, numa alusão direta à lenda que conta que a única vez que um galo cantou à meia-noite foi quando do nascimento do Jesus Cristo. Na tradição cristã, é o Galo quem anuncia a boa nova, tanto do nascimento do Jesus Cristo, cantando à meia-noite, quer saudando, ao nascer da aurora, a Ressurreição do Cristo para a vida eterna. Mas é também o Galo que anuncia, com seu canto, a traição do Pedro a Jesus, quando ele negou, por três vezes, conhecer o mestre. Mas o próprio Jesus Cristo tinha previsto a traição: “Em verdade te digo: hoje, nesta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes, me terás negado” (Marcos 14:30)”.