EROS era uma das divindades primordiais da religião grega antiga, considerado o deus do amor e do erotismo. Segundo o poeta Hesíodo, teria nascido ao mesmo tempo que a Gaia (Terra). Saiu do Caos primitivo e era adorado na cidade de Téspias na Região da Beócia sob a forma de uma pedra bruta. A lenda indica que o deus teria nascido do ovo primordial engendrado pela Noite, cujas metades, ao se separarem, formaram a Terra e o Céu. Os poetas o veem como a virtude atrativa. Ele leva as coisas a se juntarem, criando vida. É, assim, uma força fundamental da natureza.
Eros assegura não somente a continuidade das espécies como a coesão interna do universo. Além de o descrever como sendo muito belo e irresistível, o que o leva a ignorar o bom senso, o Hesíodo atribui a ele também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos. Em torno desse tema, autores de cosmogonias, poetas e filósofos têm feito numerosas especulações. Opondo-se à tendência de considerar o Eros como um dos grandes deuses, surgiu a doutrina apresentada sob a forma de mito na obra “Banquete” do Platão. No livro, o deus aparece como uma força espiritual misteriosa (“daimon”).
Segundo a tradição, o Eros casou-se com a Psiquê. Mas impôs a ela a condição de nunca procurar o rosto dele, pois isso significaria perdê-lo. Mas a Psiquê, induzida pelas invejosas irmãs, observa numa noite, sob a luz de velas, o rosto do marido. Encantada com tamanha beleza, a moça se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre o peito do amado, que acorda. Irritado com a traição, Eros abandona a esposa. Pisquê, muito perturbada, passa a vagar pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que também sofria com a separação, implora a compaixão do Zeus. O deus supremo o atende e resgata a Psiqué da morte. Após isso, os dois passam a viver no Monte Olimpo. Da união com a Psiquê, o Heros teve a Hedonê, a representação do prazer.