Circe
CIRCE era filha do deus Hélius com a oceânida Perse, do Dia e da Noite ou do Sol e da Lua, conforme diferentes versões. Casou-se com o rei dos sármatas, povo nômade e belicoso, habitante do norte do Cáucaso, região entre a Europa Oriental e a Ásia Ocidental. Dotada de poderes extraordinários, preparava filtros e venenos capazes de transformar os homens em animais. Tendo envenenado o marido, passou a ser odiada pelos súditos e teve de fugir. Encontrou refúgio da Ilha de Ea, na região da Itália. Passou a habitar um palácio encantado, onde se cercava de lobos e leões, seres humanos metamorfoseados. Dentre as suas maldades, destaca-se a transformação da Cila num monstro e do Pico num pica-pau.
Também transformou em porcos alguns dos companheiros do Ulisses. Utilizando uma erva que o deus mensageiro Hermes lhe dera, o herói não só escapou ao encantamento dela como a obrigou a restituir a forma humana aos seus amigos. A maga, então, maravilhada com ele, o convidou a partilhar do seu leito. Dessa união, nasceram o Telégono, o Latino e a Cassifoneia. A Circe reteve o Ulisses por um ano em seu palácio. No momento da partida do herói, aconselhou-o a consultar o adivinho Tirésias, nas profundezas do inferno, para saber o melhor caminho para a Ilha de Ítaca. Segundo outra versão, ela teria se unido ao deus supremo Zeus e dele teria gerado o Fauno. Quando os Argonautas retornaram da Cólquida, purificou o Jasão e a Medeia, ambos acusados de assassinato.