FILOCTETES era filho do Peante, rei da cidade de Melibeia, e da Demonassa. Antes de morrer, o Hércules confiou a ele o seu arco e suas flechas envenenadas no sangue da Hidra de Lerna. O herói o fez jurar que manteria segredo sobre o lugar onde repousavam as cinzas dele. Mais tarde, no entanto, diante de insistentes indagações, dirigiu-se ao Monte Eta e com o pé indicou o local onde se erguera a pira do Hércules. Munido das flechas envenenadas, partiu para a guerra contra a cidade de Troia. Quando os gregos escalaram na Ilha de Tênedo, sofreu uma picada de uma serpente venenosa.
O fato foi considerado um castigo pela violação do juramento feito ao Hércules. Devido ao cheiro desagradável produzido pelo ferimento e aos gritos de dor emitidos pelo Filoctetes, os companheiros resolveram abandoná-lo na ilha. No local, ele permaneceu durante dez anos, período em que Troia se manteve invencível. Através do adivinho Calcante, os gregos souberam que as flechas dele eram indispensáveis para a vitória. Assim, o Ulisses e o Diomedes o procuraram e o persuadiram a ir com eles para Troia. Curado pelo Podalírio e pelo Macáon, filhos do médico Esculápio, não tardou a participar dos combates. Atribui-se a ele, inclusive, a morte do príncipe troiano Páris. Ao retornar de Troia, fixou-se no sul da Itália, onde fundou numerosas cidades.
Referências
HIDRA DE LERNA — Era filha do Tifão com a Equidna. É apresentada como uma serpente de múltiplas cabeças, cujo hálito venenoso matava todos os que dela se aproximavam. As cabeças tinham a propriedade de renascerem quando cortadas. Para matar o monstro, o Hércules utilizou-se de flechas em chamas. Com o sangue da hidra, o herói envenenou as próprias flechas, tornando-as infalivelmente mortíferas.
MONTE ETA — É uma montanha no sul da Grécia Central. Forma uma fronteira entre os vales dos rios Esperqueu e Cefisso. O topo alcança 2.165 metros de altitude. Na Mitologia Grega, o monte é celebrado principalmente como palco da morte do herói Héracles (Hércules para os romanos). Pronto para morrer, ele subiu o monte, onde preparou uma pira funerária com árvores e deitou-se sobre ela com a cabeça apoiada sobre o arco de flechas e coberto por um pele de leão. Em seguida, ordenou ao Filoctetes que ateasse fogo à pira.