Igreja & Santos
15/10/2018 — O Papa Francisco, em solenidade realizada na Praça São Pedro, em Roma, assinou a santificação do Papa Paulo VI. Figura tímida e controversa, o novo santo foi eleito papa em 1963 e guiou os rumos da igreja até 1978, quando morreu. Embora a maioria reconheça o seu trabalho, muitos conservadores o culpam pelo declínio da tradição católica. Uma das mudanças mais radicais do pontificado do Paulo foi a permissão para a reza das missas nos idiomas locais, em vez do tradicional latim. Apesar de muitas outras reformas, o então papa é reconhecido pela encíclica “Da Vida Humana”, publicada em 1968, na qual consagra a proibição da igreja ao controle artificial da natalidade. Na mesma solenidade, Francisco santificou o cardeal Oscar Roméro, assassinado em 1980, vítima da ditadura em seu país, El Salvador.
GIOVANNI BATTISTA ENRICO ANTONIO MARIA MONTINI nasceu no dia 26 de setembro de 1897, na localidade de Concesio, Lombardia, Itália. Morreu no dia 6 de agosto de 1978, na localidade de Castelgandolfo, Lácio. Foi o papa da Igreja Católica Apostólica Romana e no período de 21 de junho de 1963 até a sua morte. Sucedeu ao papa João XXIII. Suas principais virtudes foi ter continuado os trabalhos do seu predecessor e a convocação do Concílio Vaticano II. Promoveu também melhorias nas relações ecumênicas com os ortodoxos, anglicanos e protestantes, o que resultou em diversos encontros e acordos históricos.
Antes de se tornar papa, serviu no Departamento de Estado do Vaticano de 1922 a 1954. Enquanto esteve foi considerado um dos ocolaboradores mais próximos e influentes do papa Pio XII, que o nomeou, em 1954, arcebispo da Arquidiocese de Milão, um cargo que fez dele automaticamente Secretário da Conferência de Bispos Italianos. João XXIII O elevou ao Colégio de Cardeais em 1958. Escolheu o nome “Paulo” para indicar que tinha uma missão mundial renovada. Após ser concluído o trabalho no Concílio Vaticano II, iniciou um trabalho de renovação da igreja. A magnitude e a profundidade das reformas excederam as políticas reformistas semelhantes de seus predecessores.
Destacou-se pela encíclica “Humanae Vitae”, na qual defende a posição tradicional da igreja sobre métodos anticoncepcionais e o aborto. A posição foi considerada pelos seus opositores um retrocesso em relação ao Concílio Vaticano II. Mas ela veio na mesma linha defendida por João XIII, segundo a qual “a vida humana é sagrada, desde o seu alvorecer compromete diretamente a ação criadora de Deus”. Ele foi também o primeiro papa a visitar os cinco continentes, e, até a ascensão de João Paulo II, o mais viajado, sendo por isso chamado de “o papa peregrino”. Em 1970 sobreviveu a uma tentativa de assassinato nas Filipinas. Embora o Vaticano negue, provas determinadas posteriormente indicam que ele sofreu um golpe de arma branca no incidente.
Beatificação
20/10/2014 — O papa Francisco proclamou o papa Paulo VI beato, durante a missa na Praça de São Pedro no Vaticano, assistida por dezenas de milhares de pessoas. Depois do ritual pedido de beatificação, o atual pontífice pronunciou a fórmula em latim que declarava beato o papa que encerrou o Concílio Vaticano II e que assinou importantes encíclicas como a “Humanae Vitae”. O milagre atribuído a Paulo VI — e que permitiu a sua beatificação — foi a cura de um feto diagnosticado com graves problemas cerebrais no início da década de 1990 na Califórnia, Estados Unidos. A mãe se recusou a abortar e rezou para o papa para salvar a criança, que nasceu saudável. A cerimônia eucarística começou com a leitura da biografia do novo beato pelo postulador da causa, Antonio Marrazzo.