02Harpias

HARPIAS era a designação geral para as divindades Aelo, Ocípite e Celeno, filhas do Taumante com a Electra. Os nomes significavam, respectivamente, “borrasca”, “voo rápido” e “obscuridade”. Tinha o aspecto de mulheres aladas ou eram representadas como aves com cabeça feminina. Raptavam sobretudo crianças e almas. Costumava-se colocar a imagem delas nos túmulos para “carregar” a alma do morto em suas garras. Fineu, rei da Trácia, atingido por uma maldição, foi insistentemente perseguido por elas. Elas tiravam tudo o que fosse colocado diante do rei, especialmente alimentos.

O que não conseguiam levar contaminavam com seus excrementos. A pedido do rei, os Boréadas saíram no encalço das maléficas divindades, pois o Destino havia determinado que elas só poderiam ser mortas se agarradas pelos filhos do deus Bóreas. Reciprocamente, os rapazes morreriam se não as conseguissem pegar. Os jovens perseguiram-nas até que o deus mensageiro Hermes declarou-lhes que, sendo servas do deus supremo Zeus, as Harpias não deveriam ser mortas. Para se livrarem da perseguição, elas prometeram deixar o rei Fineu em paz e refugiaram-se nas ilhas Estrófades. Nessas ilhas aportou mais tarde o herói troiano Eneias, após enfrentar uma terrível tempestade.

Encontrando gordos rebanhos, o Eneias tratou logo de abater alguns animais para matar a fome da tripulação. Começavam a comer quando as Harpias, vindas das montanhas, arrebataram-lhes os alimentos e sujaram tudo com seu contato imundo. O herói troiano e companheiros tentaram matá-las, mas não conseguiram. A Celeno previu-lhes, entretanto, que eles atingiriam a Península Itálica. Em seguida, refugiou-se com as irmãs na floresta. Os troianos, mas que depressa, abandonaram as ilhas. Segundo outra tradição, as Harpias uniram-se ao deus do vento oeste Zéfiro e com ele tiveram os filhos Xanto e Bálio, cavalos que mais tarde serviram ao imortal Aquiles. Também deram à luz ao Flogeu e ao Harpago, cavalos colocados à disposição dos dióscuros Castor e Pólux.


 

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